Cacoal, Rondônia – O último fim de semana foi marcado por um incidente preocupante durante um trote universitário no município de Cacoal, em Rondônia. Calouros do curso de medicina veterinária foram expostos a substâncias tóxicas utilizadas na prática veterinária, resultando em hospitalização devido a sintomas de náusea e irritação na pele e nos olhos.
O evento estudantil ocorreu em uma universidade particular da cidade, onde os novos alunos foram cobertos por substâncias veterinárias, incluindo um produto indicado para tratamento de ‘bicheiras’ em bovinos e creolina, um desinfetante comum em instalações rurais.
Daniel Nascimento, médico oftalmologista responsável pelo atendimento, relatou que os estudantes chegaram ao hospital apresentando a pele e os olhos tingidos por uma mistura azulada, além de sintomas de náusea. Felizmente, nenhum dos alunos apresentou lesões graves.
“O contato com essas substâncias pode prejudicar a visão, mas o quadro é reversível. Com o tempo, lavagem e tratamento, a coloração roxa desaparecerá do globo ocular e da pele”, explicou o médico, acrescentando que os jovens receberam alta no mesmo dia e estão realizando tratamentos oftalmológicos para evitar complicações.
Em resposta ao incidente, o Centro Universitário Mauricio de Nassau de Cacoal emitiu uma nota informando que está ciente da situação e iniciará um processo administrativo para investigar o ocorrido, adotando as medidas necessárias de acordo com o regulamento da instituição. Além disso, destacou que promove a campanha “Trote Solidário” a cada semestre, incentivando a integração e proibindo atos de bullying, violência e assédio.
Enquanto isso, o debate sobre os limites do trote universitário ressurge, evidenciando que atividades aparentemente inofensivas podem representar sérios riscos à saúde e configurar crimes. O contexto levanta questões sobre os limites éticos e legais das práticas de recepção acadêmica, especialmente quando envolvem situações de coerção e exposição a perigos.