A saga de um flamenguista: torcedor conta que foi assaltado, perdeu voo, mas conseguiu embarcar para Lima

Perder um voo para a final da Libertadores em Lima, no Peru, pode parecer muito azar para um flamenguista. Mas ...

Por G1

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A saga de um flamenguista: torcedor conta que foi assaltado, perdeu voo, mas conseguiu embarcar para Lima

Perder um voo para a final da Libertadores em Lima, no Peru, pode parecer muito azar para um flamenguista. Mas o que o torcedor Victor Ramalho passou foi um verdadeiro teste de amor pelo clube: ele perdeu não apenas um, mas dois voos para a capital peruana.

Na terceira tentativa, o engenheiro ambiental, de 28 anos, finalmente conseguiu embarcar para assistir ao jogo. O carioca contou que só foi possível realizar o sonho graças à ajuda de outras pessoas.

“Estar aqui hoje em Lima é muito emocionante. Vai ser inesquecível quando eu pisar naquele estádio, pensar em todo mundo que me ajudou, cantar para apoiar o Flamengo e ver esse título acontecer. Não vai dar para apagar da memória”, contou o torcedor.

Acidente e assalto
A primeira viagem de Victor estava marcada para ocorrer na quarta-feira (20). O engenheiro saiu de casa, na Praça Seca, Zona Oeste da cidade, com três horas de antecedência e embarcaria no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), na Ilha do Governador, na Zona Norte.

O voo estava estava marcado para às 7h. O que ele não podia prever era que, no percurso, sofreria um acidente de carro e ainda seria assaltado.

O táxi em que o engenheiro estava se envolveu em um acidente com um ônibus do BRT. O carro chegou a rodar e subiu na calçada. Apesar do susto, ninguém se machucou e o torcedor pegou outro carro de aplicativo para chegar a tempo do embarque.

No caminho, Victor e o motorista foram assaltados na descida da Linha Amarela, na Zona Norte. O flamenguista contou que os suspeitos, armados, levaram a mochila em que estava o ingresso para a final da Libertadores, dinheiro, documentos e outros itens pessoais.

Tentando manter a calma, o engenheiro seguiu para o aeroporto e conseguiu remarcar a viagem para esta quinta-feira (21).

“Eu cheguei aos prantos [no aeroporto], chorando muito porque uma hora antes estava com uma arma na minha cara. Ainda estava com esperança porque era por volta de 5h30 e o embarque era às 7h, mas eu não tinha documento para embarcar”, contou Victor.

Falta de documento
O passo seguinte para o flamenguista realizar o sonho de ver a final do campeonato era conseguir a 2ª via da Carteira de Identidade. Nesta quinta-feira (21), ele foi até o Detran, no Centro do Rio, mas o documento não foi emitido a tempo e ele perdeu o voo pela segunda vez.

“Fiz todos os procedimentos na parte da manhã e, à tarde, era só pegar a identidade. Outros torcedores também estavam lá tentando fazer o RG. Vi os outros documentos saindo e o meu não ficava pronto. O pessoal até falou: ‘pode passar o dele na frente porque eu não viajo hoje’, mas deu algum problema com o meu”, lembrou o torcedor.

O documento foi entregue às 18h15 e o voo estava marcado para 18h55. Victor disse que pegou um mototáxi na tentativa de conseguir chegar, mas, novamente, perdeu a viagem.

“Meu coração estava disparado e eu desesperado. O mototáxi foi cortando todo mundo e eu cheguei às 18h40, mas o portão da aeronave já havia fechado. Sentei em um canto do aeroporto e pensei: ‘eu tentei de tudo’. Estava sem dormir desde quarta-feira e eu disse ‘cheguei no meu limite, mas não deu'”, contou o torcedor.

Victor disse que, minutos depois, uma funcionária da Latam informou que havia mais um voo no dia seguinte, nesta sexta-feira (22), e que seria a última chance para remarcar a viagem.

Último voo
Nesta sexta-feira (22), o engenheiro foi, pela terceira vez, ao aeroporto na tentativa de ser encaixado em algum voo que houvesse desistência.

“Cheguei às 4h na expectativa de conseguir. Depois, a galera da Latam olha para mim e fala ‘abriu uma vaga no sistema’. Conseguiram me encaixar e eu fui para o portão de embarque às 5h, mas o portão só abria 10h20. Só pensava que nada mais podia dar errado”, disse o torcedor.
O carioca contou não ter acreditado quando embarcou no avião.

Já em Lima, no Peru, Victor se reúne com amigos — Foto: Arquivo Pessoal

“Na hora que eu entrei no avião e ele decolou, foi um sentimento de felicidade tão grande. Foi mais que vir em um jogo, foi um ensinamento de vida. Ver pessoas se esforçando para ver você realizar seu sonho foi muito forte”, completou Victor.

 

Fonte: G1

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