Reinaugurada em junho com a proposta de ser mais um ponto turístico de Porto Velho, a litorina da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) está quebrada há pelo menos duas semanas. Com isso, os passeios dos turistas não podem mais ser realizados.
A litorina é um pequeno vagão usado na época de funcionamento da Madeira-Mamoré para transportar funcionários da ferrovia e o salário dos operários. A litorina reformada neste ano leva até 15 pessoas por viagem, com um ingresso custando R$ 5.
A turista cearense Ana Maria Cordeiro foi com o marido e a sogra conhecer o complexo, que inclui, além da litorina, o Memorial Rondon e a Igrejinha de Santo Antônio. Com expectativa sobre o passeio nos trilhos, ela se frustrou quando descobriu que a experiência ficaria para uma próxima visita ao estado.
“Eu venho lá do Ceará passear em Porto Velho para conhecer as belezas daqui, a parte turística, e quando chego aqui essa litorina está no prego. Que pena!”, lamentou.
Quem acompanha sempre a frustração dos turistas é o ambulante João de Deus. Ele e a esposa trabalham vendendo água mineral e de coco próximod a estação de embarque da litorina. O vendedor teme que o bem histórico acabe abandonado.
“A litorina quebrada prejudica não só os vendedores como os turistas que vêm aqui. No momento que chegam e não encontram a litorina funcionando, dão meia volta e vão embora” relata.
João estima que as vendas caíram 60% com a paralisação da litorina e espera que os passeios sejam retomados em breve.
“A gente faz um apelo às autoridades que não deixem esse ponto turístico morrer. Isso aqui já foi morto muitos anos e reviveu no dia 12 de junho, e já está morrendo novamente. Aqui vem gente de todo canto do Brasil”, ressalta.
O membro da associação dos ferroviários, Manoel Paixão, conta que a litorina bateu em uma pedra e não funcionou mais, no início de outubro. O problema identificado, segundo ele, foi na caixa de marcha, que já foi enviada ao conserto.
Manoel lamenta todo o trabalho dele e dos colegas da associação na reforma dos trilhos não estar sendo mais utilizado pela falta de manutenção na litorina.
“As pessoas só vêm aqui por causa da litorina. Agora não tem quase ninguém aqui, mas quando ela funcionava isso aqui era cheio. Se não cuidar logo, vai se acabar”, afirma.