Dezenas de trabalhadores estaduais em educação ocupam a Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO) para pressionarem os deputados a cumprirem o acordo de manter a pauta da Casa de Leis trancada até resolver a situação da categoria com o governo do Estado. Segundo o Sintero, há boatos de que os deputados votarão matérias de interesse do estado nesta quarta-feira (4). Não há previsão de saída do local.
Em greve há 44 dias, os trabalhadores em educação cobram reposição de perdas salariais e exigem que seja cumprido o piso nacional da categoria, além de outras vantagens. Segundo Dioneida Castoldi, secretária geral do Sintero, o movimento paredista tem crescido à medida que o governo se recusa a negociar e, pelo menos, 90% dos trabalhadores, incluindo professores e técnicos, estão de braços cruzados.
Ainda conforme Dioneida, os trabalhadores podem dormir na Assembleia Legislativa, caso não haja um entendimento positivo para a categoria. “Hoje nós ficamos sabendo que eles (os deputados) abririam a pauta para fazer algumas votações encaminhadas pelo Executivo. Como conosco não tem avançado e estamos há 44 dias de greve, na iminência de um governo que irá renunciar e também na iminência de entrarmos nesse período eleitoral onde as coisas se complicam, não tivemos outra saída a não ser ocuparmos esse espaço e ficaremos aqui até que tenham uma decisão positiva para a educação também. Porque para outros já aconteceu. Está em diário oficial o aumento do MP, hoje estaria em votação para algumas categorias e a nossa, que está em greve, que está fazendo todo esse movimento há mais de 40 dias, não há andamento, pelo contrário. A gente fez movimento a nível de estado contundente, mas parece que essa conversa não é com eles, então nós estaremos aqui enquanto não tivermos um posicionamento efetivo”, garante a sindicalista.
O compromisso dos deputados em trancar a pauta de votação na Casa de Leis ocorreu no último dia 27 de março, quando ao menos 13 parlamentares assinaram um documento do Sintero. A paralisação dos trabalhadores estaduais em educação começou no dia 21 de fevereiro e cobram do governo do estado o atendimento das reivindicações contidas na proposta de Plano de Valorização da categoria, apresentado ainda em dezembro de 2017. O Sintero, porém, alega que o governo tem sido intransigente e se recusa e fazer propostas para resolver a situação.
“É truculência total. O governo não tem nada palpável para educação. É a mesma conversa desde o primeiro dia, para a educação não há avanço. Todas as possibilidades que eles colocaram ‘se isso acontecer nós podemos avançar?’, nós fomos atrás e conseguimos, inclusive até recuso da ALE. Ontem nós tivemos essa conversa e a ALE foi consistente em dizer que sim, que passaria um valor, um percentual para contribuir para resolver a situação da educação, nem assim o governo avança. Nós estamos com defasagem salarial gigantesco e a única proposta que vem do governo para os professores é o complemento do piso, para os técnicos não há proposta”, afirma.
Com a greve em andamento e mais adesão de trabalhadores, o ano letivo 2018 começa a ficar prejudicado. O Sintero diz ter consciência do prejuízo, mas a categoria está brigando por valorização e depois irá fazer ajustes para que os estudantes cumpram toda a carga horária do ano letivo 2018.