Aos 16 anos, estudante amazonense cria fórmula química que leva o seu nome

Com apenas 16 anos de idade, o aluno Kelvin Márcio Sales Pereira é o que podemos chamar de prodígio: ele ...

Por Acrítica

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Com apenas 16 anos de idade, o aluno Kelvin Márcio Sales Pereira é o que podemos chamar de prodígio: ele criou uma fórmula química para encontrar o Nox (número de oxidação que indica o número de elétrons que um átomo ou íon perde ou ganha para adquirir estabilidade) de um metal eletrolisado, a massa eletrolisada ou a massa atômica do mesmo.

A fórmula em questão leva o seu nome, está registrada em cartório e será encaminhada para avaliação do Conselho Internacional de Química, informa o estudante, que está aprovado para o 3º ano do Ensino Médio no Colégio Militar da Polícia Militar Waldocke Fricke de Lira (3º CMPM), na comunidade Parque São Pedro, Zona Norte.

“A fórmula é de extrema importância na área industrial porque pode ser utilizada na produção de alumínio na etapa da redução eletrolítica da alumina (óxido de alumínio (Al2O3), composto químico usado na produção de alumínio, abrasivos, refratários, isolantes elétricos e como catalisador em cromatografia), mas também para outras funções como folhagem de jóias e revestir materiais para protegê-los da corrosão”, explica Kelvin.

A fórmula geral criada por ele envolve massa eletrolisada (representada pela letra M), número de oxidação (Nox) e massa atômica (A), e é representada pela equação M x Nox = A /10 (M multiplicado por Nox é igual a A dividido por 10).

Para se encontrar o M, Kelvin criou a fórmula M = A / 10 x Nox (M igual a A dividido por 10 multiplicado por Nox).

Para encontrar o Nox é Nox = A / 10 x M.

Já a fórmula para descobrir o A é A = 10 x M x Nox.

Inspiração divina

O jovem conta que a inspiração para criar a fórmula surgiu quando ele estava estudando para Química no cursinho pré-vestibular Alpha, localizado na Cidade Nova, Zona Norte, sobre massa, eletrolisada de metal.

“Sempre tive o hábito de olhar para o quadro em busca de fórmulas, sempre tentando encontrar o conteúdo. E certo dia percebi que havia uma lógica entre massa eletrolisada de metal, nox e peso atômico. Daí fui fazendo exercícios e criei macete para encontrar o número atômico do metal. Estudei, comecei a ver as regras todas e cheguei finalmente à formula após dois meses”, explica ele, que credita a Deus a obtenção da equação.

“Tive uma inspiração divina”, completa ele, que ainda não acredita ter sido o autor da fórmula. “A ficha ainda não caiu. Não esperava alcançá-la pois é uma coisa demorada para conseguir. Mas fui fazendo os macetes e tive sucesso”, conta o estudante, que é adventista.

Antes de registrar a criação no cartório, Kelvin Márcio Sales Pereira mostrou a equação para seus mestres no cursinho e para a professora Luciana de Souza Freire, que leciona Química no Colégio da Polícia Militar. Após os cálculos, veio a confirmação.

“A fórmula que ele criou é coerente com a didática, e surpreende pela facilidade que um aluno de ensino Médio, como ele, teve para descobrir valores a partir de uma simples fórmula, mesmo sem embasamento científico”, conta a professora.

O próximo passo que Kelvin quer dar para a vida será buscar a aprovação no vestibular de Medicina, para se especializar em ortopedia e deixar ainda mais orgulhosos seus pais, os autônomos Luzia de Souza Sales e Gerônimo Márcio da Silva Pereira. E, acredite se quiser, não é a Química a sua matéria preferida, mas a segunda. “Gosto de Biologia, Química e Matemática”, conta o admirador do físico e matemático Isaac Newton.

Fórmula da humildade

Enquanto a aprovação não vem, ele se reveza estudando de manhã no 3º CMPM, de tarde no Curso Alpha e de noite (e até madrugada) em casa. E não esquece de agradecer seus professores.

“Eles me ajudaram bastante, sendo criteriosos e me explicando as coisas de uma forma que a nossa cabeça fique aberta, nos aprofundando nos assuntos”, conta ele, também utilizando a fórmula da humildade!

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Luciana de Souza Freire, Professora de Química de Kelvin

“Me surpreendi com essa descoberta do Kelvin pois eu não esperava por essa notícia neste final de ano. No entanto, ele sempre foi um bom aluno e era de se esperar isso dele, pois sempre correu atrás dos seus objetivos e, quando me procurou, já estava com tudo pronto nas mãos. Fico feliz principalmente por se tratar de um aluno de uma escola de ensino público, e por me deparar com pessoas capacitadas como o Kelvin. Na maioria das vezes as pessoas reclamam que não têm boas aulas, mas ele prova que quando se corre atrás do seu conhecimento, do estudo, é possível”.

Contra a má química poluidora

Por falar em Química, Kelvin não perdeu a oportunidade de analisar a polêmica situação das substâncias químicas em contato com o homem, isso mais notadamente quanto à poluição no ar e rios.

“Vivemos em um mundo onde as coisas não podem ser controladas totalmente. É difícil falar de conscientização das pessoas, é complicado, a não ser algo cultural. Comparemos a cultura japonesa com a brasileira, por exemplo. No Japão se convive com uma intensa poluição, mas eles não costumam jogar coisas nas ruas, numa consequência de hábitos antigos. Já no Amazonas, há substâncias da floresta que poderiam ser utilizadas. As grandes empresas poderiam criar políticas para que tudo aquilo que é despejado por elas nos rios e mares passassem por um sistema de tratamento para que as gerações futuras não tenham mais contato com produtos contaminados”, disse ele.

Fonte: Acrítica

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