A gigante chinesa de tecnologia Meituan, líder absoluta em serviços de entrega na China, anunciou oficialmente neste domingo (11) sua entrada no mercado brasileiro de delivery. A movimentação será feita por meio da marca Keeta, com um investimento previsto de R$ 5,6 bilhões nos próximos cinco anos.
O anúncio foi feito durante um evento realizado em Pequim, promovido pela ApexBrasil, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O aporte faz parte de um pacote mais amplo de investimentos chineses no país, que também inclui os setores de semicondutores e alimentação.
Com sede recém-inaugurada na Vila Olímpia, zona sul de São Paulo, a Keeta já iniciou tratativas com grandes redes de restaurantes e estabelecimentos locais. A meta é clara: enfrentar o domínio do iFood, que atualmente detém mais de 80% do mercado nacional, segundo dados da Abrasel.
A Meituan planeja ganhar terreno com uma estratégia agressiva de entrada: subsídios para restaurantes, taxas reduzidas para consumidores e investimento massivo em marketing e infraestrutura logística.
“O Brasil é um grande mercado, com potencial ainda maior. É um privilégio contribuir para seu crescimento e oferecer mais escolhas aos consumidores brasileiros”, declarou Wang Xing, CEO da Meituan, em nota oficial.
Além do iFood, outras plataformas também se movimentam para não perder espaço. O Rappi, por exemplo, anunciou isenção de taxas para novos restaurantes por três anos, e a 99Food lançou campanha com zero comissões e mensalidades por dois anos.
Com um histórico robusto — mais de 98 milhões de pedidos por dia e faturamento de US$ 46,6 bilhões em 2024 — a Meituan aposta na sua escala global para replicar o sucesso no Brasil e na América Latina.
A investida também simboliza a nova rota do setor tech chinês, que busca expandir suas operações para além do mercado interno, em meio à forte concorrência com gigantes como Alibaba (Ele.me) e Douyin (TikTok).
A chegada da Keeta promete aquecer a briga pelo prato dos brasileiros — e pode redefinir as regras do jogo no setor de entregas no país.
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Foto: Lam Yik/Bloomberg