O acirramento da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, marcado por novas “ameaças” do presidente Donald Trump e duras retaliações de Pequim, coloca o Brasil em uma posição estratégica, mas também de alerta.
Trump anunciou nesta segunda-feira (7) que vai impor tarifas adicionais de 50% sobre todos os produtos chineses, caso o governo chinês não recue até esta terça-feira (8). Se isso ocorrer, as tarifas totais contra produtos da China chegarão a 84%, gerando incerteza sobre o futuro do comércio global.
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Especialistas avaliam que, embora o embate seja direto entre as duas maiores potências do planeta, o efeito dominó atinge economias emergentes como o Brasil, abrindo portas em algumas áreas e riscos em outras.
Oportunidade no agronegócio
Com a China reduzindo as importações dos Estados Unidos, o Brasil se posiciona como fornecedor alternativo de grãos, carnes e minérios.
Produtos como soja, milho, carne bovina e suína devem ser ainda mais demandados pelos chineses, fortalecendo o setor agropecuário brasileiro.
Além disso, o Brasil pode estreitar relações com a China em setores como infraestrutura, energia e tecnologia, atraindo investimentos que estavam direcionados aos norte-americanos.
Riscos para economia e mercado
Por outro lado, a guerra comercial pode derrubar a demanda global, prejudicando a venda de commodities brasileiras como minério de ferro, petróleo e aço.
Há também risco de valorização do dólar, o que pode encarecer importações e gerar inflação no país.
Setores industriais que dependem de insumos importados podem enfrentar aumento de custos e dificuldades logísticas. Além disso, a volatilidade nos mercados financeiros pode afastar investidores estrangeiros e elevar os juros internos.
O que o Brasil precisa fazer?
Economistas alertam que o Brasil deve agir com estratégia diplomática e comercial. Avançar no acordo Mercosul-União Europeia, ampliar mercados na Ásia, África e Oriente Médio, e manter a estabilidade fiscal e cambial são medidas essenciais.
“O Brasil precisa aproveitar o espaço deixado por EUA e China, mas com cautela. O cenário internacional está mais imprevisível do que nunca”, disse um analista de comércio exterior ao Jornal Rondônia.
Conclusão
A guerra comercial pode ser tanto uma janela de oportunidade quanto uma ameaça à estabilidade do Brasil. O país deve equilibrar suas decisões com foco em crescimento sustentável, diversificação de mercados e segurança econômica.