A crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, intensificada com o cancelamento de vistos do ministro Alexandre de Moraes e de outros magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF), pode ganhar novos desdobramentos nos próximos dias. Segundo informações divulgadas pela coluna Painel, da Folha de S.Paulo, integrantes do Departamento de Estado norte-americano afirmaram a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro que essa medida seria apenas o início de uma série de retaliações.
Entre as ações em estudo pela gestão de Donald Trump, estão o aumento das tarifas de importação sobre produtos brasileiros — que podem saltar de 50% para até 100% —, sanções coordenadas com países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), e até o bloqueio do acesso ao sistema GPS e a satélites norte-americanos.
O que significaria o bloqueio ao GPS para o Brasil?
O bloqueio do acesso ao GPS (Global Positioning System), sistema controlado pelos EUA, teria impacto severo e imediato em setores estratégicos do Brasil. Toda a malha de transporte, logística, aviação, serviços de emergência, telecomunicações e a agricultura de precisão seriam afetados. No campo, tratores e colheitadeiras com sistemas automatizados que utilizam GPS ficariam inoperantes, comprometendo a produção de grãos, insumos e exportações.
No transporte, caminhões que utilizam rastreamento por satélite poderiam perder sinal, gerando atrasos e aumentando os custos operacionais. Na aviação, a navegação de aeronaves comerciais e privadas seria prejudicada, o que poderia levar à suspensão de voos e risco de acidentes. Em áreas urbanas, os aplicativos de entrega, mobilidade e localização também seriam drasticamente comprometidos.
Tarifas, OTAN e “semana difícil”
Além do possível bloqueio ao GPS, os EUA avaliam dobrar as tarifas aplicadas a produtos brasileiros. A medida teria impacto direto na exportação de carne, grãos, minério de ferro, café e outros itens que compõem a balança comercial com os norte-americanos — o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China.
Fontes do Departamento de Estado teriam afirmado que “o Brasil terá uma longa semana a partir do dia 21”, indicando que as decisões podem ser anunciadas em breve. Ainda segundo a Folha, sanções em conjunto com a OTAN também estariam no radar, o que colocaria o Brasil em uma posição delicada no cenário internacional.
Atenção: medidas ainda estão em avaliação
É importante ressaltar que todas as ações mencionadas — como o bloqueio ao GPS e o aumento de tarifas — ainda estão em fase de estudo e não foram oficialmente anunciadas pelo governo dos Estados Unidos. As informações são atribuídas a interlocutores da diplomacia americana e fontes ouvidas pela imprensa.
A confirmação ou não dessas sanções dependerá do andamento das relações diplomáticas nos próximos dias. Especialistas avaliam, no entanto, que o impacto de qualquer medida dessa magnitude seria profundo e imediato para a economia brasileira, em especial nos setores de tecnologia, exportações e logística.
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