Na manhã da última segunda – feira (03/04) o nível do rio Madeira marcou 15,45 metros, uma redução de 27 centímetros da cota registrada neste domingo (02/03), que foi de 15,72 metros, segundo a Defesa Civil Municipal.
Nessa cota de 15 metros, algumas comunidades do baixo Madeira podem ser afetadas, especialmente as plantações, segundo a Defesa Civil. Na capital, a água já ultrapassou o nível das vias próximas, no bairro Cai N’Água.
O Rio Madeira faz parte do conjunto de recursos hídricos da bacia dorio Amazonas, banhando os estados de Rondônia e do Amazonas.
Sua extensão aproxima-se de 3.315 km, sendo considerado o 17º maior em extensão no mundo. É também um dos principais e maior afluente – cursos de água menores que desaguam em rio maiores – do rio Amazonas.
Recebe esse nome porque durante o período intenso de chuva, o nível de água sobe consideravelmente a ponto de invadir parte das florestas que ficam à sua margem, levando troncos de árvore e restos de madeira para as torrentes.
Dados Geográficos: Nascente, principais afluentes e foz
O rio madeira nasce na Cordilheira dos Andes, território da Bolívia. Inicialmente, ganha o nome de rio Beni.
Apenas após descer a vasta cadeia de montanhas em direção ao norte, o curso de água recebe o rio Mamoré-Guaporé, tornando-se assim o rio Madeira.
Traçando uma divisória entre Bolívia e o Brasil, o Madeira também faz fronteira entre esses países até seu encontro com o rio Abunã. Depois disso, segue sentido região Nordeste e atravessa corredeiras provisórias até seu outro destino: Porto Velho.
Os principais afluentes do rio Madeira de acordo com sua posição geográfica são:
Margem esquerda: Abunã, São Simão, Ferreiro e José Alves.
Margem direita: Ribeirão, Jamari, Machado, Mutum-Paraná e Jacy-Paraná.
O rio Madeira, como dito anteriormente, é o principal afluente e foz (desembocadura de um rio menor em outro maior) do rio Amazonas.
Períodos: seca e chuva
Em se tratando dos períodos entre a estação chuvosa e a seca, o rio apresenta variações significativas. Por exemplo, durante a seca (junho a novembro) os recursos hídricos do rio que fluem sentido ao Amazonas acabam formando praias de água doce por toda a extensão de suas margens.
Durante essa época, é possível observar a enorme quantidade de pedras que ajudam na formação das corredeiras periódicas, chamadas regionalmente de “amazônidas”.
O período chuvoso (dezembro a maio), coincidência ou não, além de receber as águas da chuva, o rio também se enche com a invasão das águas do rio Amazonas,
que surge sentido contrário ao delta – terreno triangular onde ocorre a foz de um ou mais rios.
Só nesse processo, o nível de água do Madeira chega a subir 17 metros, inundando as cachoeiras em seu leito e cobrindo tanto florestas e parte da planície amazônica.
A partir dessa confluência, o rio Madeira torna-se um canal de navegação que depende da maré e, em meio a esse imenso remanso – trecho de um rio onde não há corrente apreciável – há a transferência do material sólido depositado às raízes da vegetação.