Duas semanas depois do assassinato de uma gestante em um loteamento de Porto Velho, o bebê que foi arrancado com uma faca da barriga da mãe durante o crime continua internado no Hospital de Base da capital. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) e pela Justiça nesta quarta-feira (6).
O recém-nascido é filho de Fabiana Pires Batista, então de 23 anos. O menino Gustavo Henrique, de 7 anos, também filho da vítima, foi morto na mesma região.
Cinco pessoas suspeitas pelo duplo homicídio foram encontradas pela polícia: a irmã e tia das vítimas, de 13 anos, três adolescentes e Cátia Barros Rabelo, mulher suspeita de tentar ficar com o bebê e fingir estar grávida de um garimpeiro.
A menina e os adolescentes continuam apreendidos e Cátia está presa em uma unidade prisional feminina de Porto Velho.
De acordo com a Semusa, o recém-nascido segue em observação médica no berçário e ainda está “aguardando ganhar peso” para uma possível alta. O estado de saúde é estável. A Semusa não repassou uma previsão de alta do paciente, nem mesmo qual o peso atual do bebê.
A juíza Sandra Merenda, da Vara da Infância e da Juventude, informou no fim de outubro que há chances do bebê ser entregue ao Lar do Bebê, em Porto Velho, caso receba alta.
Familiares do bebê, incluindo o pai, o procuraram na unidade hospitalar. Segundo a Delegacia de Homicídios de Porto Velho, que conduz as investigações, o homem prestou depoimento à polícia, pois a suspeita de 13 anos, ao ser ouvida, alegou que assassinou Fabiana porque teria sido estuprada por ele. Conforme a polícia, o pai do bebê negou o crime, reiterando que não convivia com Fabiana e com a menina.
Além dos cinco suspeitos identificados, a Polícia Civil informou que com a hipótese de mais pessoas envolvidas no crime e segue com as investigações.
Mãe e filho foram encontrados mortos dentro de loteamento em Porto Velho. — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
Mulher queria o bebê
Segundo as investigações, o crime aconteceu no Loteamento Tropical, Zona Sul de Porto Velho. A suspeita de 13 anos, irmã da vítima, teria matado Fabiana e retirado a criança do útero usando uma faca. Na ocasião, a menina ainda teria empurrado o sobrinho, de 7 anos, dentro de um lago. Ele morreu afogado.
A mulher suspeita de tentar ficar com o bebê arrancado da barriga de Fabiana foi presa na tarde de 23 de outubro. Cátia Barros Rabelo, de 34 anos, foi ouvida por cerca de 5 horas na Delegacia de Homicídios da capital antes de ser detida preventivamente.
Cátia Barros, de 34 anos, foi presa por ser suspeita de participar do assassinato e pegar bebê de Fabiana. — Foto: Jheniffer Núbia/G1
Ela se soma ao grupo suspeito de assassinar Fabiana e o menino Gustavo Henrique. “A Cátia está sendo presa pela participação na trama de homicídio”, disse a delegada que conduz as investigações, Leisaloma Carvalho, em coletiva de imprensa.
Conforme a delegada, Cátia teria não apenas participado do crime, como repassado aos filhos e aos outros envolvidos os “instrumentos” para execução do plano. Disse ainda que, assim como os menores, ela não demonstrou arrependimento. Até a última atualização desta reportagem, o advogado de Cátia não havia sido localizado.