Um grave acidente de trânsito registrado na noite desta terça-feira (27), no bairro Parque 10 de Novembro, em Manaus (AM), terminou em comoção e revolta. A procuradora do Ministério Público do Trabalho da 11ª Região (MPT/11ª), Fabiola Bessa Salmito Lima, foi filmada arrastando a motocicleta de um entregador por mais de 1,5 km pela zona centro-sul da cidade.
As imagens, que circulam amplamente nas redes sociais, mostram o veículo modelo Spin branco conduzido por Fabiola trafegando pela rua Professor Samuel Benchimol com a motocicleta presa sob o carro. A moto pertencia ao entregador Cristian Eduardo, de 23 anos, que relatou que o acidente ocorreu quando a procuradora dirigia na contramão e atingiu seu veículo, que estava parado.
Moto nova ficou destruída
Segundo Cristian, a moto era nova e ainda estava sendo financiada. Após ser atingida, ficou presa na parte inferior do carro e foi arrastada desde a avenida Ivanete Machado, próxima à APAE, até o igarapé do Mindu, totalizando mais de 1,5 km de percurso. Ele afirmou que, apesar do susto, não sofreu ferimentos graves, mas a motocicleta foi declarada como perda total, com valor estimado em R$ 15 mil.
Durante o trajeto, motoristas e outros entregadores tentaram alertar a condutora, que aparentava estar em estado de choque. Quando o veículo finalmente parou, ela permaneceu no local e foi conduzida por uma equipe da Polícia Militar ao 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP) para prestar esclarecimentos.
Repercussão e manifestação
A conduta da procuradora gerou forte repercussão e indignação nas redes sociais, onde internautas exigem providências das autoridades e demonstram solidariedade ao entregador. Diante da pressão pública, Fabiola se manifestou por meio das redes sociais:
“Eu sou a pessoa que arrastei a moto, e só o fiz porque bati e vários motoqueiros me seguiram batendo no meu carro. Mas ele será ressarcido pela moto, não se preocupem. Colisões ocorrem no trânsito, mas perseguições são de assustar, o que não tem nada a ver com o dono da moto. Tudo será resolvido”, declarou.
A declaração dividiu opiniões. Enquanto alguns consideraram o ressarcimento um passo necessário, outros criticaram a justificativa da procuradora e cobraram responsabilização penal e administrativa.
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Debate sobre igualdade na lei
O episódio reacendeu o debate sobre responsabilidade no trânsito, privilégios de cargos públicos e a necessidade de isonomia no tratamento de casos que envolvem figuras de destaque. O caso segue sendo apurado pelas autoridades competentes, tanto na esfera criminal quanto na Corregedoria do MPT, que poderá avaliar eventuais sanções administrativas.
Cristian, que depende da moto para trabalhar, diz que só espera justiça e a resolução do prejuízo:
“Só quero resolver isso, voltar ao trabalho e seguir minha vida”, afirmou o jovem.
Veja os vídeos:
Imagens do Portal CM7