TRISTEZA – Suspeito de morrer por varíola dos macacos era policial penal

Óbito ocorreu no último sábado (11), após um dia de internação.

Por O Tempo

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A primeira morte investigada em Minas Gerais por suspeita de varíola dos macacos é de um homem, de 41 anos. Josué Pereira Jacinto era Policia Penal e morreu um dia após se internar com sintomas da doença no Hospital Uberlândia Medical Center (UMC), no Triângulo Mineiro, no dia 11 de junho.

Segundo colegas de Josué, ele estava de férias há apenas oito dias e não chegou a realizar nenhuma viagem. Apontado como profissional exemplar, a vítima trabalhava no presídio de Araguari.

Por conta do tempo de incubação do vírus pode variar de cinco a 21 dias, é possível que a vítima tenha ido trabalhar após ter sido infectado com a varíola dos macacos. O caso ainda é investigado pela Secretaria de Estado de Saúde

Durante o enterro, ocorrido no domingo em um cemitério em Uberlândia, Josué foi homenageado por colegas da Polícia Penal. A cermiônia não foi antecedida por um velório e o caixão foi lacrado, para evitar a suposta transmissão do vírus.

Procurada, a prefeitura de Araguari disse que o homem buscou atendimento em Uberlândia com sintomas de febre, dores e várias vesículas pelo corpo, na sexta-feira (10). No sábado (11), ele morreu. Não há informações se ele teria transmitido a varíola dos macacos para outras pessoas.

“Para ser considerado suspeito, o caso precisa apresentar início súbito de febre, adenomegalia (aumento dos linfonodos do pescoço) e erupção cutânea aguda do tipo papulovesicular de progressão uniforme e que apresente um ou mais dos seguintes sinais ou sintomas: dor nas costas, astenia (perda ou diminuição da força física) e cefaleia (dor de cabeça)”, diz a administração de Araguari, em nota.

A data de referência para investigação dos casos é 15 de março de 2022.

Empurra-empurra

As informações repassadas pelo poder público sobre a vítima ainda são desencontradas. A prefeitura de Uberlândia diz que o homem era morador de Araguari, outra cidade da região. Já a administração de Araguari argumenta que a vítima apenas trabalhava no município e vivia em Uberlândia.

O Estado, por sua vez, informou que se trata de uma pessoa que reside em Uberlândia e atua em Araguari.

Questionadas se o homem estava em isolamento para não contaminar outras pessoas, ambas as prefeituras não responderam e justificaram que não podem repassar essa informação devido à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).

No entanto, a própria administração de Araguari disse que o município está acompanhando profissionais e contatos próximos do policial penal no presídio.

“De qualquer forma, os profissionais de saúde de Araguari foram orientados sobre possível atendimento de pacientes com sintomas que se assemelham aos mesmos desse tipo de doença”, informa o texto.

Retornos das autoridades
A reportagem do Jornal O Tempo procurou e aguarda resposta da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), responsável pela polícia penal de Minas Gerais e também do hospital Uberlândia Medical Center, onde o caso suspeito foi internado.

A secretaria de saúde de Araguari informou que está monitorando todos os contatos próximos e que uma multiprofissional do presídio foi orientada pela Vigilância epidemiológica sobre como proceder.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) divulgou mais detalhes sobre a doença que está sendo investigada. Confira na integra:

A infecção causada pelo Monkeypox vírus apresenta período de incubação de 2 a 17 dias, podendo se estender até 21 dias. Os sintomas gripais como febre, mal-estar e dor de garganta podem estar presentes, além de linfoadenopatia (carocinhos que podem aparecer no corpo), com aumento de gânglios cervicais ou sub-mandibulares, axilares ou inguinais. Em seguida, vem o período de erupções cutâneas com lesões de pele do tipo máculas, pápulas, vesículas e pústulas. Estas são mais evidentes nas extremidades e mais escassas no tronco.

Após 2 a 3 semanas, as pústulas secam e as crostas caem, deixando a região de pele despigmentada. A partir desse momento, não há mais risco de transmissão.

Fonte: O Tempo

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