De acordo com informações da Rádio França Internacional, 38 signatários apresentaram uma carta conjunta, criticando o texto que está em discussão no Senado do Brasil e que facilita a privatização das terras.
Segundo eles, o projeto levaria a um desmatamento maior da floresta amazônica. Em uma carta aberta aos parlamentares brasileiros, o grupo afirma que considera “extremamente preocupante” a apresentação, em abril, do Projeto de Lei 510/21.
Segundo os signatários, esta medida, que prevê a privatização das terras, “ameaça mais do que nunca a Amazônia”.
Fazem parte das empresas que contestam o projeto grandes redes de supermercados do Reino Unido, como Tesco, Sainsbury’s, Asda, Morrisons e Marks & Spencer, assim como a alemã Aldi e a suíça Migros, além de empresas de produção de alimentos como a National Pig Association, o fundo público de previdência sueco AP7 e outros gestores de investimentos.
O PL 510/21 prevê a “regularização fundiária, por alienação, ou concessão de direito real de uso, das ocupações de áreas de domínio da União”. Além disso, o projeto “amplia a área passível de regularização para até 2.500 hectares e dispensa vistoria prévia da área a ser regularizada, podendo ser substituída por declaração do próprio ocupante”.
“Ao longo do último ano, assistimos a uma série de circunstâncias que provocaram níveis extremamente elevados de incêndios florestais e desmatamento no Brasil”, denunciam os signatários da carta aberta. Eles afirmam que, se nada for feito, “não teremos outro remédio a não ser reconsiderar nosso apoio e uso da cadeia de abastecimento de produtos agrícolas brasileiros”.