A polícia concluiu que o pediatra Julio César de Queiroz Teixeira, de 44 anos, foi assassinado por ciúmes. Diogo Santos Silva, mandante do crime, teria ficado revoltado com um suposto olhar do médico para sua ex-mulher.
Segundo informações do jornal Correio, os delegados responsáveis pelo caso concederam entrevista coletiva na manhã da última segunda-feira (25) e explicaram que quatro dos cinco presos pelo crime apresentaram essa versão. O quinto, justamente Diogo, exerceu seu direito de permanecer calado.
O crime aconteceu no dia 23 de setembro em uma clínica na cidade de Barra, no oeste da Bahia, onde também trabalhava a esposa de Julio César, que presenciou o episódio. Diogo, conhecido como “Cigano”, apresentou-se à polícia na última sexta-feira.
Além do criminoso, estão presos o atirador que matou o pediatra, o piloto do mototáxi que levou o assassino à clínica e um casal que estava no local para vigiar os passos do médico.
“Todos apresentam a mesma versão. Em um dia, Diogo acompanhou a ex-esposa e o filho em uma consulta com o pediatra. Lá, ele teve um delírio de que o médico estaria olhando para o peito da mulher. Por isso, ele teria falado com os outros suspeitos, que são amigos dele, para praticar o homicídio”, contou o delegado Ernandes Reis Santo Júnior.
Cada um dos envolvidos na ação teria recebido R$ 2 mil de Diogo pela participação no crime.
Relacionamento tóxico com a ex
Os investigadores, porém, acreditam que a suposta “olhada” do pediatra tenha sido um delírio de Diogo. Isso porque outras mulheres que já levaram seus filhos para consultas com Julio César atestaram seu comportamento profissional e descartaram a possibilidade de um caso de assédio envolvendo seu nome.
Além disso, Cigano é conhecido na região por ser perigoso, ciumento e extremamente possessivo com as mulheres com quem se relaciona.
“Todos em Barra têm medo de Diogo Cigano. O relacionamento dele com a ex-esposa é completamente tóxico. Ele já chegou a dizer que não deixaria ela se envolver com nenhum outro homem e costumava contratar capangas para espionar a mulher”, relatou o delegado Ernandes.