Diante da recusa de dois ministros da Saúde, que optaram por pedir demissão para não assinar o documento, coube ao general Eduardo Pazuello, que assumiu a pasta de forma interina, liberar a cloroquina para todos os pacientes de covid-19.
Em documento divulgado nesta quarta-feira (20) com o novo protocolo, o ministério recomenda a prescrição do medicamento desde os primeiros sinais apresentados.
O novo protocolo também indica a dosagem apropriada. A recomendação das doses será tanto para as crianças, pacientes adultos, gestantes, como também para pacientes em estados leve, moderado e grave da doença.
Respaldo do Conselho Federal de Medicina
O protocolo tem como base a liberação estabelecida pelo Conselho Federal de Medicina em 23 de abril. Quando o presidente do Conselho Federal de Medicina, Mauro Ribeiro, disse, no Saguão do Palácio do Planalto, que “não existe nenhuma evidência científica forte que sustente o uso da hidroxicloroquina para o tratamento da covid”.
O Conselho liberou o uso de hidroxicloroquina para os médicos brasileiros em 3 situações apenas:
1) Paciente crítico: internado em terapia intensiva já com lesão pulmonar estabelecida com reação inflamatória sistêmica em que todas as evidências são de que a hidroxicloroquina não tem nenhum tipo de ação nesse paciente, mas ela pode ser usada pelos médicos por uso compassivo, uso por compaixão. Ou seja, paciente está praticamente fora de possibilidade terapêutica e o médico com autorização dos familiares pode utilizar essa droga.
2) Paciente chega com sintomas no hospital: Existe um momento de replicação viral e que essa droga pode ser usada pelo médico desde que ele tenha o consentimento do paciente ou dos familiares. Médico sendo obrigado a explicar para o paciente que não existe nenhuma evidência de benefício da droga e que a droga pode também ter efeitos colaterais importantes.
3) No início dos sintomas, sintomas leves tipos de uma gripe: No caso o médico pode utilizar também descartando a possibilidade que o paciente tem influenza A ou influenza B que são aos gripes normais ou dengue ou H1N1 e também uma decisão compartilhada com o paciente que o médico explique para o paciente que não existe nenhum benefício provado dessa droga pro uso da covid explicando também os riscos que a droga apresenta. Os riscos são baixos, mas eles existem.