Uma adolescente de 16 anos precisou ser hospitalizada após ser agredida pelo namorado, de 18, no último domingo, em Belo Horizonte. Ela tentou defender o cachorro de estimação do rapaz.
De acordo com a Polícia Militar (PM), no Hospital João XXIII, onde era atendida, a vítima contou que mora com o jovem e que, naquela manhã, estavam se preparando para passear com o animal, da raça pitbull.
Em determinado momento, o cachorro se soltou e subiu no sofá da casa. Revoltado, o namorado dela começou a agredir o animal e ela tentou intervir para defendê-lo. Foi quando o rapaz passou a agredi-la também.
A adolescente chegou a desmaiar e o espancamento só parou quando uma vizinha chegou ao local e separou a briga. O agressor fugiu.
Conforme a PM, o rapaz chegou a morder os dois braços da adolescente, que também teve o nariz quebrado, um corte de faca no calcanhar direito e também apresentava inchaço em um dos olhos.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) disse que abriu inquérito para investigar o caso e que a vítima foi ouvida e passará por exames. Até a publicação deste texto, o agressor ainda não foi localizado.
Violência só aumenta
A cada dois minutos, cinco mulheres são espancadas no Brasil. Em 80% dos casos, o responsável pela agressão é o próprio parceiro (marido, namorado ou ex) com quem convive diariamente, segundo a pesquisa Mulheres Brasileiras nos Espaços Público e Privado (FPA/Sesc).
Segundo a neuropsicóloga Roselene Espírito Santo Wagner, durante a quarentena houve um aumento de 40% dos casos de violência contra a mulher. “Se por um lado nos afastamos voluntariamente do convívio social, por outro nos expomos a um excesso de convívio familiar. Que em alguns, despertou o sentimento de confinamento, de exclusão, exacerbando ainda mais a agressividade”, explicou.