Em troca de mensagens interceptada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) no âmbito da Operação Falso Negativo, o ex- secretário-adjunto de Gestão em Saúde, Eduardo Seara Machado Pojo do Rego (foto em destaque), teria debochado das manobras adotadas pelos investigados na fraude de contratos de licitação para compra de testes para detecção do novo coronavírus.
Na conversa que consta em denúncia remetida à Justiça, Pojo é avisado por Jorge Antônio Chamon Júnior, então diretor do Laboratório Central (Lacen-DF), que a Biomega – empresa investigada na operação – entregaria os testes superfaturados três dias antes da assinatura do contrato entre ela e o Governo do Distrito Federal.
Segundo os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPDFT, o fato comprova que os acusados já se articulavam nos bastidores para que a Biomega fosse escolhida vencedora do certame, antes mesmo do encerramento do prazo para análise das demais propostas.
Para não levantar suspeitas, Chamon e Pojo negociam um “local discreto” para entrega dos testes. Ciente da ilegalidade do trâmite, uma vez que as partes nem haviam celebrado contrato, Pojo escreve para Chamon: “Kkkkkk. Que loucura! [sic]”.