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Produção de insulina no Brasil volta após mais de 20 anos e deve atender 50% da demanda do SUS com tecnologia própria

Ministério da Saúde retoma produção nacional de insulina e entrega 207 mil unidades ao SUS

Por Jornal Rondônia

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Insulina
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O Ministério da Saúde recebeu, nesta sexta-feira (11), o primeiro lote de insulinas produzidas no Brasil por meio do programa Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), uma das principais estratégias do governo federal para fortalecer o Complexo Econômico-Industrial da Saúde. A remessa foi entregue durante cerimônia realizada na fábrica da Biomm, em Nova Lima (MG), e contou com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Ao todo, foram entregues 207 mil unidades do medicamento, sendo 67.317 frascos de insulina regular e 140.068 de insulina NPH, que serão distribuídos gratuitamente à população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A produção nacional da insulina representa um marco para o setor farmacêutico brasileiro, que estava há mais de 20 anos sem fabricar o insumo em território nacional.

A fabricação foi viabilizada a partir de um acordo entre a Fundação Ezequiel Dias (Funed), laboratório público vinculado ao governo de Minas Gerais, a farmacêutica indiana Wockhardt, responsável pela transferência da tecnologia, e a empresa brasileira Biomm, que atuará diretamente na produção industrial. A iniciativa é um exemplo prático da cooperação entre países do bloco BRICS, especialmente entre o Brasil e a Índia.

Insulina, SUS
Brasil retoma a produção de insulina após mais de 20 anos; medicamentos serão distribuídos gratuitamente pelo SUS para pacientes com diabetes
Segurança, soberania e desenvolvimento nacional

Durante o evento de entrega, o ministro Alexandre Padilha destacou o impacto da retomada da produção para a saúde pública e a soberania nacional. “Depois de mais de duas décadas sem produzir insulina humana, o Brasil retoma essa fabricação para ser entregue ao Sistema Único de Saúde e contribuir com a saúde da população”, afirmou.

O ministro ressaltou ainda a importância da aliança internacional para garantir acesso a tecnologias estratégicas. “É o BRICS acontecendo na realidade, mudando a vida da população brasileira e gerando emprego, renda e tecnologia aqui em Minas Gerais”, declarou Padilha.

A previsão do Ministério da Saúde é de que, após a conclusão total do processo de transferência de tecnologia, o Brasil será capaz de produzir até 50% da demanda nacional por insulinas humanas NPH e regular consumidas no SUS.

Segundo Padilha, a produção local oferece maior estabilidade ao sistema de saúde. “Uma iniciativa como essa traz segurança aos pacientes de que, independentemente de qualquer crise como a que vivemos durante a pandemia, o país tem soberania na produção desse medicamento tão importante. Cerca de 10% da população brasileira tem diabetes, e parte dessas pessoas precisa usar insulina. Isso garante tranquilidade, segurança e estabilidade tanto para o SUS quanto para os cidadãos que dependem do medicamento”, reforçou.

Investimento e impacto social

O programa envolve R$ 142 milhões em investimentos na aquisição da tecnologia da farmacêutica indiana, além da capacitação técnica dos laboratórios nacionais envolvidos. O impacto direto será sentido por cerca de 350 mil pessoas com diabetes, que dependem do uso diário da insulina.

Entre os anos de 2025 e 2026, os contratos firmados preveem a entrega de 8,01 milhões de unidades de insulina — entre frascos e canetas — ao SUS. O fornecimento será progressivamente ampliado à medida que as etapas de nacionalização forem concluídas.

A PDP seguirá o modelo de transferência reversa de tecnologia, que inclui desde a importação inicial e embalagem até a produção integral do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) e do produto final em território brasileiro. O processo também exige rigorosos controles de qualidade e capacitação técnica por parte das instituições envolvidas.

Ampliação do acesso ao tratamento de diabetes

A iniciativa está diretamente ligada à política de assistência integral prestada pelo SUS às pessoas com diabetes. Atualmente, a rede pública oferece quatro tipos de insulina — insulinas humanas NPH e regular, além de análogas de ação rápida e prolongada, além de medicamentos orais e injetáveis para o tratamento da diabetes mellitus, conforme a avaliação clínica de cada paciente.

O primeiro contato dos pacientes com o sistema ocorre geralmente na Atenção Primária à Saúde, por meio de equipes multiprofissionais que acompanham o quadro clínico e orientam o uso dos medicamentos. Com a nacionalização da produção, espera-se não apenas mais segurança no fornecimento, mas também uma ampliação da capacidade do SUS de absorver e tratar novos casos com qualidade e continuidade.

Complexo Econômico-Industrial da Saúde

A Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, da qual as PDPs fazem parte, tem como principal objetivo reduzir a dependência do Brasil de insumos e medicamentos importados, fortalecer a indústria nacional e garantir maior autonomia ao sistema de saúde pública.

A entrega do primeiro lote de insulina nacional marca um passo importante nesse processo. Com a tecnologia sendo transferida de forma integral para o Brasil, o país entra em uma nova fase de autossuficiência em medicamentos estratégicos, especialmente em um contexto de crescimento dos casos de doenças crônicas como o diabetes.

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Imagem: Divulgação/Walterson Rosa

Fonte: Jornal Rondônia

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