As três crianças que foram encontradas sozinhas e com fome em uma casa extremamente suja, no Setor Vila Finsocial, em Goiânia, viviam em meio a ratos e fezes, segundo informações da Polícia Militar e do Conselho Tutelar. Os pais foram presos por negligência e abandono de incapaz.
“Uma situação totalmente desumana”, diz o conselheiro tutelar Paulo Wanderson, que acompanha o caso.
Como o nome do casal não foi divulgado, o G1 não conseguiu identificar se foi apresentada defesa.
Um vídeo feito pela equipe que resgatou as crianças mostra a residência com muito lixo e sujeira (veja acima). De acordo com o tenente da Polícia Militar Kleber Martins, a situação era completamente insalubre.
“Ratos andando pela casa, fezes por todo o lugar, muito lixo, muito mau cheiro, muito abandono do ser humano”, afirma.
Lixo em quarto onde crianças dormiam em casa de Goiânia, Goiás — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Os irmãos, de três, quatro e sete anos de idade, foram resgatados na quarta-feira (20), após uma equipe da PM ser abordada por moradores da região denunciando o caso. Quando chegaram à casa, os policiais encontraram o portão aberto e as crianças sozinhas. O irmão mais velho tem paralisia cerebral e estava sem roupa em cima de uma cama.
Segundo o conselheiro, o caso chocou toda a equipe. “O que nos chamou muita atenção, não só pelo fato de ser uma denúncia de abandono, mas a situação em que a casa se encontrava, parecia um local que não tinha ninguém morando e que aquelas crianças estavam abandonadas sem nenhum cuidado sequer prestado a elas (…) Uma situação de total abandono”, afirma.
Aos policiais, a mãe das crianças, de 26 anos, alegou que teve de deixar os filhos com o marido porque precisava trabalhar. Segundo o tenente Kleber Martins, a polícia apurou o caso e descobriu que ela recebe dois benefícios sociais, um deles para cuidar do filho com deficiência.
“Fomos informados que eles já recebem dois benefícios e que essa mãe não poderia trabalhar, porque ela recebe o benefício para ficar em casa e cuidar principalmente dessa criança que tem deficiência. Ela saía e deixava as crianças, e o pai também da mesma forma”, comenta.