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Brasil pode rever relações militares com Israel diante da escalada no Oriente Médio

Decisão está em análise pelo Executivo e pode incluir suspensão de contratos e acordos no setor militar, em resposta à crise humanitária na região

Por Jornal Rondônia

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O governo federal avalia a possibilidade de suspender as relações militares com Israel, como forma de resposta à escalada da violência na Faixa de Gaza. A medida foi confirmada pela Assessoria Especial da Presidência da República e está sendo considerada diante das preocupações humanitárias expressas por diferentes setores da sociedade brasileira.

Segundo o assessor-chefe especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim, os recentes acontecimentos na região exigem uma resposta condizente com os princípios históricos defendidos pelo Brasil em matéria de direitos humanos e direito internacional.

“A escalada dos massacres em Gaza constitui um verdadeiro genocídio, com milhares de civis mortos, incluindo crianças. Isso não pode ser minimizado. O Brasil precisa adotar medidas apropriadas e coerentes com os princípios que sempre defendeu”, afirmou Amorim em entrevista à Agência Brasil.

O posicionamento ocorre após Amorim se reunir com parlamentares e representantes da sociedade civil, que solicitaram a adoção de medidas concretas contra Israel, incluindo o rompimento de acordos diplomáticos e comerciais. O grupo foi liderado pela deputada federal Natália Bonavides (PT-RN), que afirmou que ações podem ser anunciadas nos próximos dias.

Suspensão de contratos já ocorreu

Esta não é a primeira vez que o governo federal sinaliza restrições em relação a Israel. No início de 2025, o Ministério da Defesa cancelou a aquisição de blindados israelenses, como reação ao agravamento do conflito em Gaza.

Agora, o foco da avaliação está na cooperação militar – como treinamentos, acordos técnicos e contratos de compra –, cuja suspensão é vista como uma medida possível sem os impactos diplomáticos mais amplos que um rompimento completo poderia causar.

A Presidência pondera que uma ruptura nas relações diplomáticas seria um passo delicado e com possíveis prejuízos a brasileiros residentes em Israel, além de dificultar o apoio aos palestinos em território ocupado. Por isso, a suspensão da cooperação militar desponta como alternativa viável e simbólica.

Pressão de movimentos sociais e sindicatos

A pressão por medidas mais duras contra Israel vem crescendo no país. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) divulgaram uma carta pedindo que a Petrobras suspenda a venda de petróleo a Israel, como forma de boicote.

“É urgente um embargo global de energia e armas contra Israel para frear o genocídio. A responsabilização por crimes de guerra é uma responsabilidade legal dos Estados”, destacaram as entidades em nota conjunta.

Organizações ligadas ao movimento internacional BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) também pressionam por sanções, alegando que as ações do governo israelense violam o direito internacional e intensificam a ocupação de territórios palestinos.

Israel, por sua vez, considera o BDS uma ameaça à sua soberania e à legitimidade do Estado perante a comunidade internacional.

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Roque de Sá/ Agência Brasil

Fonte: Jornal Rondônia

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