Após o lançamento de Pode um LGBTQIA+ ser Super-herói no Brasil?, o escritor Chris Gonzatti usou sua experiência como pesquisador dos estudos queer e da cultura pop para desenvolver seu novo projeto, agora em HQ, Boy Magya Contra o Monstro do Armário.
A HQ será lançada em junho, na Poc Con, de forma independente. O público pode contribuir com o projeto pelo Catarse.
História
A história é sobre um homem gay que, por meio do cristal mágico da deusa Íris (deusa do arco-íris), consegue o superpoder de materializar qualquer coisa que imaginar. Para isso, ele precisa estar feliz, coisa que acontece rapidamente quando escuta sua playlist com músicas da Xuxa, Ariana Grande, Lady Gaga ou Pabllo Vittar.
Mas é aquela história “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”. Diante disso, o herói terá que “pôr a cara no sol” para lutar contra o ódio e preconceito que assola o Brasil. Um de seus deveres é proteger a presidenta Erika, uma mulher preta e travesti, do terrível General Ostra, que jogará baixo ao lado de Gatilho, último monstro de seu armário das trevas, para retomar o poder.
Bolsonarismo
Ao ser questionado, Chris explicou a mensagem que quis deixar ao escrever Boy Magya Contra o Monstro do Armário: “Podemos vencer o ódio através da coletividade e usando valores diferentes dos que são utilizados pela extrema-direita. Todo entretenimento é político e o Brasil precisa de um super-herói LGBT+ posicionado politicamente”.
Esse ódio que o autor cita é representado na HQ pelo General Ostra, personagem inspirado no bolsonarismo. “Ele é um sintoma de um passado saudosista em relação à ditadura. Aponta o problema da anistia no Brasil. Por isso, ele é uma mistura, como personagem, de figuras como Jair Bolsonaro e Carlos Brilhante Ustra”, detalhou Gonzatti.