Nesta manhã também são cumpridos pela Polícia Militar (PM) e agentes do Gaeco mandados de prisão temporária e de busca e apreensão contra os vereadores Ceará (PSC), Doca Mastroiano (PL), Felipe Felps (PSB), Dra. Flavia Carvalho (PDT), Isac Cruz (Republicanos), Dra Jussara (PSB), Marcio Nobre (PSD), Pâmela Volp (PP), Paulo César-PC (SD), Ricardo Santos (PP), Rodi Borges (PL), Roger Dantas (Patriota), o ordenador de despesas Ronaldo Alves (PSC), Silésio Miranda (PT), Vico (Cidadania), o primeiro vice-presidente da Câmara Vilmar Resende (PSB) e o vice-líder do prefeito na Casa, Wender Marques (PP).As ações são resultado das investigações que se iniciaram na
operação O Poderoso Chefão, em outubro, e que culminou nas prisões dos vereadores Alexandre Nogueira (PSD), Juliano Modesto (suspenso do SD) e Wilson Pinheiro (PP), que permanecem afastados dos cargos. Segundo as primeiras informações do Ministério Público Estadual (MPE), Nogueira e Modesto são novamente alvos das duas operações de hoje, uma delas denominada “Má Impressão”.
Nogueira estava em liberdade, sob uso de tornozeleira, desde a última sexta-feira.
Contra o presidente Hélio Ferraz-Baiano (PSDB) foram expedidos dois mandados de prisão preventiva. Assim como Alexandre e Juliano, ele é investigado por desviar parte da verba de gabinete e ainda de participar de suposto esquema de propina na contratação da empresa que presta serviço de vigilância ao Legislativo.
O cumprimento de mandados está em andamento. O Diário tenta contato com as assessorias jurídicas dos investigados e aguarda posicionamento também da Procuradoria da Câmara.
MÁ IMPRESSÃO
Depois que o Ministério Público teve conhecimento que a Ideal Assessoria e Serviços – investigada na O Poderoso Chefão como empresa de fachada para lavagem de dinheiro público desviado dos cofres municipais – emitia notas frias para Alexandre Nogueira, Juliano Modesto e os ex-vereadores Ismar Prado e William Alvorada, as investigações foram aprofundadas no sentido de averiguar supostas fraudes na emissão de notas fiscais por parte de outras empresas da cidade que também prestaram serviços gráficos a parlamentares da atual legislatura.O presidente Baiano, Alexandre Nogueira, Juliano Modesto e os outros 17 vereadores com mandados de prisão temporária são investigados na operação “Má Impressão” devido a indícios de que se utilizaram de notas ideologicamente falsas para receber o ressarcimento da verba indenizatória. Ou seja, o valor das notas fiscais era superior ao do material gráfico realmente encomendado.
Os gastos apurados com o reembolso da verba só nos últimos três anos, segundo o MPE, foi superior a R$ 4,3 milhões. São investigados ainda proprietários de pelo menos 17 gráficas da cidade. Após análise, foi verificado que grande parte das empresas não tinha condições de absorver a demanda descrita e nem houve compra de insumos gráficos suficientes para suprir os serviços, levantando a supeita de que tratavam de notas falsas emitidas aos vereadores.
Presidentes da Câmara teriam encabeçado “mensalinho”
Em outra operação simultânea, o Gaeco apura esquema de suborno de membros da mesa diretora com a empresa que presta o serviço de segurança e limpeza na Câmara. Os promotores de Justiça receberam uma denúncia anônima dando conta de que haviam funcionários fantasmas que, mesmo recebendo salários pelo Legislativo, trabalhavam em outras empresas privadas em Uberlândia e Uberaba, onde fica a sede da empresa.Durante as investigações, houve acordo de delação premiada e o colaborador apresentou provas consistentes de que o “mensalinho” foi iniciado por Alexandre Nogueira e Juliano, na gestão deles à frente da mesa diretora, e continuado por Baiano enquanto presidente da casa. O diretor administrativo Samuel Soares também é um dos principais alvos no esquema de propina e há informações de que ele pediu para que a chefe de segurança no Legislativo mentisse ao Gaeco sobre o número de vigilantes que realmente trabalhavam.
Nogueira, Baiano, Juliano, Samuel e também o ex-controlador Adeilson Barbosa tiveram mandado de prisão preventiva expedido. Nesta operação, também foi decretada a prisão temporária do vereador Marcelo Cunha (suplente de Ismar Prado), da chefe de segurança da Casa e do ex-secretário Geral da Câmara, Aldo de Sousa Filho, que até o último mês assessorava Wilson Pinheiro. Aldo e Marcelo são investigados porque eram os gestores do contrato fraudado no ano passado.