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Sobretaxa dos EUA pode abrir oportunidades para o Brasil, avalia economista

Economista defende aprovação urgente do acordo Mercosul–União Europeia e alerta para necessidade de diversificar exportações com produtos de maior valor agregado

Por Jornal Rondônia

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A decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 10% sobre produtos brasileiros pode representar mais do que um revés comercial: para o economista Adalmir Marquetti, professor da Universidade Católica do Rio Grande do Sul, trata-se de uma oportunidade estratégica para o Brasil ganhar espaço no mercado global.

Segundo ele, o momento exige articulação diplomática e abertura a novos acordos, especialmente com economias em crescimento, como Japão, Vietnã e os países do Sudeste Asiático. “É hora de intensificar nossas relações comerciais e buscar novos parceiros”, afirmou em entrevista ao jornal Repórter Brasil, da TV Brasil.

Marquetti defende também a aprovação imediata do acordo entre o Mercosul e a União Europeia, como forma de minimizar os impactos causados pelo chamado “tarifaço de Trump”. Para o professor, a medida não atinge os serviços — setor no qual os EUA são líderes —, mas afeta diretamente o comércio de bens, onde o Brasil pode avançar com produtos industrializados e com maior valor agregado.

“Essa é a chance de o Brasil sair da dependência de commodities e fortalecer a exportação de produtos industriais. Não podemos deixar essa crise passar sem aproveitá-la para ampliar nossa pauta de exportações”, destacou.

Lei da Reciprocidade Comercial

Em reação à decisão do governo norte-americano, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 2.088/2023, conhecido como Lei da Reciprocidade Comercial. O texto, que agora segue para sanção presidencial, autoriza o governo brasileiro a adotar medidas contra países que imponham barreiras aos produtos nacionais.

Enquanto isso, o governo Lula, por meio dos ministérios do Itamaraty e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, mantém a negociação como prioridade, mas não descarta recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC), caso as tarifas não sejam revistas.

Para Marquetti, o momento é delicado, mas pode ser transformado em vantagem. “O Brasil é hoje a sétima ou oitava maior economia do mundo e tem condições de ocupar mercados deixados por países que decidam retaliar os Estados Unidos”, concluiu.

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Com informações da TV Brasil

Fonte: Jornal Rondônia

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