Um esquema de extorsão e empréstimos ilegais envolvendo policiais militares e agiotas foi desmantelado nesta sexta-feira (7) durante a Operação Soldados da Usura, coordenada pelo Ministério Público de Rondônia (MP-RO). Entre os bens adquiridos pelo grupo criminoso com o dinheiro das vítimas estão veículos de luxo e uma draga de extração de ouro, além de valores milionários movimentados em contas bancárias.
Ao todo, 17 pessoas são investigadas por envolvimento no esquema, incluindo seis policiais militares, que, segundo as autoridades, formavam “o braço mais violento” da quadrilha. Três foram presos e os demais são alvos de mandados de busca e apreensão. Um dos investigados chegou a movimentar mais de R$ 12 milhões em sua conta bancária.
Os criminosos concediam empréstimos com juros exorbitantes e, ao menor atraso no pagamento, recorriam a ameaças e violência contra as vítimas. Há relatos de invasão a residências, agressões físicas e apropriação de bens. De acordo com o promotor Anderson Batista, mais de 100 pessoas foram vitimadas pelo esquema nos últimos quatro anos, mas a documentação apreendida sugere que o número pode ser seis vezes maior.
Durante a operação, além da apreensão de bens de luxo, foram confiscados celulares, notebooks, máquinas de cartão, cartões de crédito, armas e munições. As buscas foram realizadas em diversas cidades de Rondônia, Goiás, São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais e Acre.
As investigações tiveram início a partir de uma denúncia feita à Corregedoria-Geral da Polícia Militar de Rondônia. O MP-RO apurou que o grupo também praticava lavagem de dinheiro, estelionato e falsidade ideológica, entre outros crimes. As autoridades disponibilizaram um formulário para que outras possíveis vítimas possam denunciar e colaborar com a investigação.
Em nota, a Polícia Militar de Rondônia destacou que colaborou ativamente com o MP-RO e reforçou sua política de tolerância zero contra desvios de conduta. “A atuação da Corregedoria reflete um dos eixos prioritários da instituição, que é a intolerância ao crime violento e ao desvio de conduta, bem como o compromisso de proteger o cidadão e garantir que a atuação dos policiais militares esteja alinhada com os princípios de legalidade e moralidade”, declarou a corporação.
