Em mais um episódio que escancara a falência do sistema de saúde em Rondônia, um casal de idosos foi flagrado abandonado em um corredor do Hospital João Paulo II, em Porto Velho, enquanto aguardavam atendimento emergencial. Os pacientes, ambas em estado crítico, esperaram por horas com soro na veia e medicamentos, mas sem estar em um local adequado, como um leito com cama, que oferecesse mais conforto e dignidade. Em vez disso, foram deixados em cadeiras — uma de rodas e outra de plástico. A situação de uma das idosas era tão grave que ela acabou sendo transferida para a UTI, mas o estrago emocional já estava feito.
Essas cenas, enviadas por um leitor indignado, não são apenas um retrato da precariedade do sistema de saúde; elas são um grito silencioso de desespero e abandono que ecoa entre os corredores superlotados e as salas de espera lotadas de dor. “Lembrei da minha avó quando vi aquela senhora, meus olhos se encheram de lágrimas”, desabafou um familiar de outro paciente, visivelmente abalado ao presenciar a situação desumana.
A calamidade na saúde pública de Rondônia já foi denunciada inúmeras vezes, mas a impressão é que nada muda. Em meio a essa crise, o deputado Jesuino Boabaid levantou sua voz, exigindo a renúncia do secretário de saúde, Coronel Jeferson, e criticando sua gestão como incapaz de lidar com a situação.
O silêncio do secretário de saúde diante dessas tragédias é ensurdecedor e só agrava a sensação de abandono que toma conta dos cidadãos de Rondônia. A ausência de uma resposta, de uma postura ativa frente a situações tão dramáticas, não apenas amplia a indignação popular, mas também deixa um vazio onde deveria haver ação e empatia.
Até quando vamos permanecer nessa situação? Até quando os mais vulneráveis, aqueles que mais precisam de cuidado e atenção, serão tratados com tamanha negligência? Já ficou claro que a atual gestão não deu certo. Será que chegou a hora de mudar? A população de Rondônia exige respostas e, mais do que isso, ações concretas que tragam dignidade e respeito para aqueles que tanto contribuíram para a sociedade. Até lá, essas imagens continuarão a ser um testemunho doloroso de um sistema em colapso.