Em 3 de abril de 1973, há exatos 50 anos, o engenheiro norte-americano Martin Cooper apresentava o DynaTAC 8000x, primeiro celular do mundo. Nesse mesmo dia também foi realizada a primeira chamada móvel do planeta. O aparelho pesava 1,1 kg, tinha 33 centímetros de altura e a bateria só durava 25 minutos para ligações. “Mas este último não foi um problema. O telefone era tão pesado que você não conseguia segurá-lo por mais de 25 minutos”, brinca o engenheiro Cooper, em entrevista à AFP.
Além de pesados, se comparados aos celulares modernos, o primeiro aparelho também não era nada barato, pois custava cerca de R$ 131 mil (US$ 5 mil). Martin Cooper era engenheiro da Motorola na época da invenção do celular. A empresa havia investido milhões de dólares no projeto, com a esperança de derrotar a Bell System, que dominou as telecomunicações nos Estados Unidos desde sua criação em 1877.
Os engenheiros da Bell lançaram a ideia de um sistema de telefonia celular logo após a Segunda Guerra Mundial e, no final da década de 1960, conseguiram colocar telefones em veículos, em parte por causa da enorme bateria necessária para funcionar.
Mas Cooper avaliava que isso não era mobilidade real. No final de 1972, ele decidiu que queria um dispositivo que as pessoas pudessem usar em qualquer lugar. O projeto reuniu especialistas em semicondutores, transistores, filtros e antenas — que trabalharam sem parar por três meses.
Passados metade de um século desde a apresentação do primeiro celular do mundo, Martin Cooper avalia que os smartphones têm se tornado uma “extensão da pessoa”. “E estamos apenas no começo. Estamos apenas começando a entender o que ele pode fazer. No futuro, esperamos que o telefone celular revolucione a educação. Ele revolucionará a área médica. Sei que parece exagero, mas em uma, ou duas, gerações vamos vencer doenças”, afirmou o engenheiro, que atualmente tem 94 anos.