Numa longa entrevista concedida ontem ao jornalista Noel Nascimento e transmitida ao vivo pela Rede TV, o empresário Jaime Bagattoli azedou de vez sua já conturbada relação com o governador Marcos Rocha (PSL), com quem viveu às turras durante a campanha do ano passado. Relembre aqui.
Ao responder à pergunta de um telespectador, que queria saber como anda sua convivência com o governador, de quem já foi aliado, Bagattoli subiu o tom contra o atual desafeto político: “O Marcos Rocha acha que só existe Deus no céu e ele na terra”, disse, emendando na sequência: “Eu nunca vi um político fazer o que aquele cara fez comigo”.
O líder vilhenense, que beliscou uma das vagas para senador no ano passado, e que quase deixou fora da disputa o ex-governador Confúcio Moura (MDB), se queixou do ex-aliado: “Sempre fui bem recebido por todos os governadores de Rondônia. Agora, não tenho acesso ao que ajudei a eleger”.
Jaime lembrou que o atual governador só está na função por causa de uma ação sua: “Fui eu quem tirei o Zé Jodan e coloquei ele na disputa para governador”, disse, referindo-se ao atual vice, que na época era o cabeça da chapa.
Mesmo dizendo que deseja que Rocha faça um bom governo, o vilhenense prosseguiu com as cutucadas: “ele acha que é dono da verdade, mas quatro anos passam rápido”.
COTOVELADA EM JAPONÊS
O pioneiro também comentou o desempenho do prefeito Eduardo Japonês (PV), a quem apoiou no ano passado, e o aconselhou a parar com a “politicagem”, concentrando-se na gestão do município.
VAI PARA PREFEITO?
Questionado por outro telespectador se será candidato a prefeito de Vilhena em 2020, o magnata do agronegócio não disse que sim, nem negou a pretensão. Mas, explicou que, se ficar no PSL, dificilmente conseguirá ter seu nome aprovado pela disputa.
Aliás, sobre o presidente do partido na cidade, que também é secretário regional do Governo do Estado, Nilton Gomes, Bagattoli o classificou como “pau mandado” e disse que ele está fazendo “três cantos”. Em entrevista recente a este site, Nilton vetou o nome de Bagattoli para prefeito. Leia aqui.
BRIGA NO PSL
Na entrevista, o empresário insinuou que, por trás dos ataques que sofre em seu próprio partido estaria um conluio envolvendo o deputado estadual Luizinho Goebel (PV), o sogro dele, Evandro Padovani (secretário de Estado da Agricultura) e o prefeito Eduardo Japonês (PV). Os três estariam macomunados para impedir sua candidatura, controlando o PSL para lhe tirar da disputa.
SEM MODÉSTIA
Em um trecho de sua fala, Jaime disse que “o sonho de todos os partidos, inclusive o PT, é ter o Jaime Bagattoli como candidato a prefeito”, acrescentando que tem até março do ano que vem para decidir se permanece no PSL ou se busca abrigo em outra legenda.
MEDÍOCRES
Instado pelo apresentador do programa a fazer uma avaliação da atual Câmara de Veredores, o entrevistado disse na TV que, de um a dez, os parlamentares deveriam receber “nota 5”.