Crimes cibernéticos atinge influenciadores do Estado de Rondônia

As consequências dos crimes cibernéticos são gravíssimas, gerando prejuízos imensuráveis, não somente para a vítima, mas também para a segurança dos sistemas de informações e banco de dados como um todo.

Por Jornal Rondônia

Atualizado em:

Atingindo todo as classes sociais mas tendo como alvo os digitais influencers, a nova onda de crimes digitais são dados através das redes sociais.

Podemos dizer que, os criminosos aproveitam a influencia que as vitimas podem ter  e após conseguirem hackear a rede social  publicam suposto investimento através de pix e dando a certeza de que o investimento e seguro, usam o nome da pessoa e comprovantes falsos de conta bancaria.

“Rei do PIX”: modalidade se espalha pela internet e promete multiplicar ganhos de quem faz a transferência — Foto: Reprodução/redes sociais

 

Suposto retorno de pix — Foto: Reprodução/redes sociais

 

A equipe do Jornal Rondônia entrou em contato com uma das vitimas, a influenciadora Jú Ferreira. Vitima dos criminosos a uma semana a influencer explicou como aconteceu, o prejuízo que os criminosos deixaram, além dos traumas e ameaças que a mesma está tendo que enfrentar.

RELATO DA VITIMA:

De acordo com a influencer os criminosos conseguiram acesso a todos os aplicativos do seu aparelho celular após conseguirem total domínio do seu chip, deixando assim a vitima sem ter como recuperar até mesmo a sua agenda, ou ter condição de desmentir o golpe.

“ Eu estava em uma sorveteria com os meus filhos por volta das 22 horas, quando notei que eu fiquei sem sinal da operadora, achando a situação estranha eu solicitei acesso a internet do estabelecimento que eu estava, pois estava tentando postar um stories. Eu cheguei a postar, mas apagava, e como se alguém tivesse apagando, eu salvei e pensei, vou postar quando chegar em casa. Chegando em casa eu não tinha mais acesso a absolutamente nada meu” afirmou Ju.

Após as publicações mais de mil seguidores da influencer caíram no golpe, e a estimativa de valores transferidos para a quadrilha chega a passar de 300 mil reais. Para termos uma noção maior da proporção, uma das seguidoras transferiu sozinha cinco mil reais de suas economias.

Não bastasse o ocorrido, Juliana Ferreira ainda teve que passar pelo transtorno e a burocracia na operadora, em ter que provar que ela era ela mesma. “ Eu fiquei chocada com a facilidade que os criminosos tiveram em transferir a minha linha para outra cidade e eu indo pessoalmente a operadora tive que passar por um processo super burocrático”.

WhatsApp da influencer foi hackeado — Foto: Reprodução/redes sociais

Entramos em contado com o Advogado Dr. Rafael Bruno para saber o que são os crimes cibernéticos e de acordo com o mesmo, o anonimato que o meio virtual proporciona é a chave do sucesso da empreitada criminosa, pois, além de ser mais difícil o rastreamento, o agressor dispõe, ainda, de tempo hábil para se planejar. Ademais, o ambiente virtual é um campo fértil para a imaginação, já que se pode acessar, criar, simular e induzir quaisquer situações e pessoas.

SOBRE O CRIME:

Importante diferenciar os crimes que são cometidos por meio virtual, daqueles que somente são possíveis por meio da tecnologia, como invasão de dispositivos informáticos (qualquer móvel eletrônico). Ou seja, os primeiros sempre existiram, ampliando/ facilitando apenas o acesso das ações criminosas, já o segundo, passou a existir tão somente em decorrência da tecnologia.

Sendo assim, diversos crimes já conhecidos e praticados anteriormente, como estelionato, fraudes, desvios, chantagem, assédio, extorsão, pornografia infantil (vídeos/ imagens), discriminação, crimes contra a honra, entre diversos outros, com a tecnologia, passaram a ser praticados de forma mais sofisticada/ evoluída e potencializada.

CONSEQUÊNCIAS DO CRIME:

As consequências dos crimes cibernéticos são gravíssimas, gerando prejuízos imensuráveis, não somente para a vítima, mas também para a segurança dos sistemas de informações e banco de dados como um todo.

PRINCIPAIS TIPOS DE CRIMES CIBERNÉTICOS:

Confira como crime cibernético delitos cometidos por meio de computador, rede de computadores e dispositivos conectados a rede de internet, sendo estes os instrumentos bases usados para atacar vulnerabilidades de sistemas virtuais, com o propósito de converter informação em vantagens criminosas ao invasor.

Portanto, são considerados crimes cibernéticos: Invasão de dispositivos informáticos para disseminação de vírus e malware que coleta dados (e-mail, telefone, dados bancários e etc.), como é o caso do Trojan Horse, também conhecido por Cavalo de Tróia. Golpes e fraudes perpetuados por meios de redes sociais, anúncios falsos, WhatsApp, entre outros. Falsificação de dados financeiros, documentos particulares ou cartões de crédito.

A LEGISLAÇÃO E SUAS PENAS PARA CRIMES CIBERNÉTICOS:

Cabe destacar, que no Brasil, ainda não há legislação própria referente a crimes cibernéticos, assim como é a Lei de Crimes Ambientais, Lei de Crimes contra o Sistema Financeiro, etc.., porém, o país avança neste assunto.

Em 2012 passou a vigorar a Lei 12.737, conhecida por “Lei Carolina Dieckmann”, na qual criminaliza a invasão de privacidade de dispositivos eletrônicos, situação ocorrida com a atriz que teve suas fotos íntimas copiadas e divulgadas sem o seu consentimento.

Já em 2014, conhecida como “Marco Civil da Internet”, entrou em vigor a Lei nº 12.965, após uma série de ataques a websites oficiais do governo e empresas públicas, legislação na qual, dispõe das garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil.

Porém, recentemente, devido ao aumento significativo de crimes praticados pela internet no período de pandemia e visando coibir as ações criminosas neste ambiente, foi publicada em 28/05/2021, a Lei nº 14.155, de 27 de maio de 2021, que alterou o Código Penal para tornar mais grave os crimes de violação de dispositivo informático, furto qualificado e estelionato cometidos de forma eletrônica ou pela internet, com duras penas que podem chegar até 8 anos.

Além disso, foi identificado que as pessoas mais propensas a sofrerem crimes cibernéticos são idosas, ou com pouco conhecimento tecnológico. Em vista disso, se o crime for cometido contra pessoa idosa, a pena é elevada de um terço a metade.

O QUE FAZER AO SER VÍTIMA DE UM CRIME CIBERNÉTICO?

Diante do agressivo aumento do número de fraudes e golpes, que já existem Delegacias Especializadas em Crimes Digitais a depender do Estado.

Em São Paulo (Capital), por exemplo, recentemente fora inaugurada a Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER), composta por 4 delegacias especializadas, centros de inteligência e laboratórios técnicos, cujos objetivos se concentram na prevenção dos crimes praticados pela internet e identificação dos criminosos por meio de instrumentos e ferramentas inteligentes.

“Sobre o caso, os Tribunais de Justiça, vem, adotando a responsabilidade objetiva no servidor e aplicando o Dano Moral.  A conta hackeada em rede social gerar o dano moral, pois o provedor é responsável pela segurança dos dados do usuário. Conforme mencionado a cima, em que pese a falta de lei específica ( aplica-se ao caso o Código de defesa do consumidor Lei  8.078 /90 e a Lei 12.965/14 Conhecida como Marco  Civil da Internet) finalizou o Dr. Rafael.

A digital Influencer aproveitou que os criminosos hackearam a conta de uma outra pessoa e tentou contato, debochados os criminosos reconheceram o perfil da mesma como mostra nas imagens a baixo.

Quadrilha reconheceu o perfil da influencer — Foto: Reprodução/redes sociais

 

Somente no Estado de Rondônia foram mais de 189 vitimas que tiveram suas redes sociais rackeadas em menos de duas semanas. A influencer registou um Boletim de ocorrência e segue tentando ajudar de alguma maneira as pessoas que caíram no golpe e tentando evitar que mais pessoas caiam.

Pessoas se comunicando com Jú Ferreira após caírem no golpe — Foto: Reprodução/redes sociais

 

 

 

Fonte: Jornal Rondônia

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