O anestesista colombiano Andres Eduardo Onate Carrillo, preso por estupro de pelo menos duas pacientes sedadas durante cirurgia, armazenava em dispositivos pessoais imagens de abuso sexual infantil, informou a Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ele já era investigado por suspeita de armazenamento de pornografia infantil, o que levou à descoberta da violência sexual em unidades de saúde fluminenses.
“A análise do material chamou atenção dos agentes pela gravidade das cenas e pela grande quantidade de arquivos (fotos e vídeos), dentre os quais haviam até crianças com menos de um ano de idade sendo subjugadas por adultos que mantinham conjunção carnal com elas”, diz comunicado da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV). No espaço mantido pelo profissional de saúde, cerca de 20 mil mídias com conteúdo pornográfico eram armazenadas — boa parte delas envolvendo crianças ou adolescentes.
De acordo ainda com a DCAV, as investigações tiveram início em dezembro de 2022 a partir do compartilhamento de informações do Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil (SERCOPI) da Polícia Federal e contou ainda com apoio da Inteligência do 2º DPA (Departamento de Polícia de Área – Capital) da Polícia Civil.
A suspeita de que Andres armazenava material pornográfico foi comunicada pela Polícia Federal. Entre o material analisado, havia ainda os vídeos das vítimas que apareciam desacordadas, por efeito de anestesia, numa mesa de cirurgia sendo estupradas pelo médico.
Ele teve o diploma validado, tem toda habilitação para trabalhar como médico no Brasil. Trabalhava desde 2020 no Brasil. Veio para o Brasil para fazer uma especialização em Anestesia. […] Ele não nega, mas não confirma os casos de estupro.
Luiz Henrique Marques Pereira, delegado
De acordo com a Polícia Civil, uma das vítimas foi operada em um hospital da rede pública estadual e a outra na rede federal, ambos no Rio de Janeiro, onde o médico atuava. O anestesista trabalhava também em unidades particulares.
Contra Andres Eduardo Onate Carrillo, 32, foi cumprido um mandado de prisão temporária e busca e apreensão pelo crime de estupro de vulnerável. Ele vai responder ainda por suspeita de produção e armazenamento de cenas de abuso sexual infantojuvenil. O médico foi preso por uma equipe da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima em sua casa na Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade.
“Com a prisão de Andres, a polícia espera avançar nas investigações detalhando todas as unidades nas quais o médico trabalhou visando encontrar possíveis novas vítimas, uma vez que ele mantinha rotina diária de trabalhar não só em hospitais federais e estaduais, mas também em unidades particulares”, informou a Polícia Civil.
Ainda não foi divulgado o advogado encarregado da defesa de Andres Carillo. O UOL tenta colher manifestação da defesa do colombiano. Assim que houver manifestação, este espaço será atualizado.