Grupo criminoso com empresários é alvo de ação para combater desmatamento

Justiça ordenou que quase 30 investigados passem a usar tornozeleira eletrônica. Grupo tinha até olheiros para avisar de ações policiais.

Por Jornal Rondônia

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Um grupo criminoso, considerado de forte atuação no comércio ilegal de madeira, foi alvo da Operação Enganos nesta segunda-feira (12) em Rondônia. A ação foi feita pela Polícia Federal (PF) e busca combater o desmatamento em terras indígenas.

Segundo a polícia, a quadrilha é composta por empresários, caminhoneiros, madeireiros, olheiros e indígenas que davam autorização para suspeitos entrarem na área de reserva.

Durante a investigação foi identificada a atuação de diversos caminhoneiros especializados em retirar madeiras de terras indígenas, e ainda usarem sofisticado sistema de comunicação, para escapar de possíveis fiscalizações, como rádio.

Nesta segunda-feira são cumpridos 34 mandados de busca e apreensão em imóveis localizados em Espigão D’Oeste (RO) e Cacoal (RO).

Cerca de 30 pessoas foram identificadas como integrantes da corporação e, por causa disso, a Justiça Federal determinou que:

  • 28 investigados terão que usar tornozeleira eletrônica;
  • que as CNHs dos madeireiros sejam suspensas;
  • e não haja contatos entre os investigados ou saída das cidades sem autorização;

De onde as madeiras eram retiradas?

Justiça determinou o bloqueio das CNHs dos madeireiros — Foto: PF/Reprodução

A investigação conduzida pela PF aponta que o grupo atuava para derrubar e retirar, de forma clandestina, árvores de lei que estão localizadas dentro do Parque Aripuanã e na Reserva Roosevelt, em Espigão.

Segundo a PF, o grupo tinha até olheiros para ajudar nas ações criminosas. Essas pessoas eram responsáveis por avisar sobre possíveis operações ambientais da polícia na região de Espigão D’Oeste.

“A investigação ainda apontou as pessoas responsáveis pela receptação da madeira de origem ilícita, sendo parte destes receptadores responsáveis por pessoas jurídicas atuantes no ramo madeireiro. O grupo ainda contava com empresas que emitiam documentação falsa apta a “legalizar” madeiras oriundas de reservas”, diz a polícia.

Oito empresas são alvos da operação Enganos, mas os nomes delas não foram divulgadas até a publicação da reportagem.

Em residências dos investigados, em Cacoal e Espigão, os policiais federais buscam apreender documentos e eletrônicos que possam complementar a investigação.

Destruição de ponte
A operação desta segunda-feira foi decorrente de uma ação no Parque Aripuanã que terminou na destruição de uma ponte usada por criminosos para extrair madeira.

Investigações feitas pela delegacia da PF em Vilhena (RO) apontam que a ponte era usada por caminhões de grande porte durante a retirada de madeira ilegal da área de reserva

O Parque Aripuanã fica localizado na região do sul de Rondônia e parte do estado de Mato Grosso.

Fonte: Jornal Rondônia

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