Duas semanas atrás, um comerciante de Vilhena gravou a ligação de um marginal que tentou arrancar dinheiro dele, dizendo que estava com “um morto e outro baleado no porta-malas do carro”. O bandido ameaçava invadir a loja e quebrar as duas pernas da vítima.
Desde então, esse tipo de tentativa de intimidação e extorsão tem aumentado na cidade e preocupado as autoridades da área de segurança pública. Nos últimos dias foram várias as ocorrências registradas na Polícia Civil por comerciantes apavorados com as mensagens e áudios recebidos através do WhatsApp.
Um veterano policial civil que atendeu uma das vítimas, uma dona de salão de beleza, explicou que estes contatos provavelmente são feitos de dentro de presídios, já que os números dos celulares que enviam as mensagens são de outros Estados.
Segundo o policial civil, os golpistas encontram os números das empresas no Google e enviam os áudios dando a localização delas, aparentando conhecer os donos.
A sequência de áudios à qual o jornal teve acesso mostra as ameaças contra o proprietário de um restaurante em Vilhena. O dono da voz acusa a vítima de ter denunciado uma boca-de-fumo da facção criminosa da qual alega fazer parte.
O agente da Polícia Civil esclarece que, quanto mais a pessoa contatada estica a conversa, mais o bandido se sente à vontade para fazer ameaças. A recomendação dele é para que as vítimas bloqueiem os números. “Quando perdem contato, esses marginais partem para nova tentativa em outro número”, revela.
