O menino David da Silva Souza, de 11 anos, da etnia Katukina, que foi atropelado na BR-364, no dia 25 de março, e estava na Unidade de Terapia Intensiva – UTI do Pronto Socorro de Rio Branco, morreu na tarde desta terça-feira, 19, Dia do Índio.
Adriano Katukina, liderança da etnia, conta que as atividades do Dia do Índio foram suspensas quando a notícia do falecimento chegou na Terra Indígena. O corpo da criança segue de avião para Cruzeiro do Sul e será enterrado na Terra Indígena.
A liderança pede justiça com relação ao caso. Ele conta que é o segundo atropelamento com morte de indígena na BR 364 e afirma que quando a rodovia foi feita passando por 18 quilômetros dentro da terra deles, o acordo era ter orientação policial para os condutores e velocidade máxima permitida de 40 quilômetros por hora, o que não é respeitado.
“Aqui passam até 120 quilômetros por hora por cima dos quebra- molas e pode ter mais mortes. Quando a estrada foi feita fizemos acordo com os governos do Estado e Federal e agora queremos a proteção que foi garantida”, enfatiza.
David foi atropelado por um caminhão na BR-364, dentro da Terra Indígena onde ele morava. Logo depois do acidente, o motorista José Glaison Albuquerque Pontes, 38 anos, natural de Guajará, no Amazonas, que não ficou no local nem prestou socorro à vítima, se entregou na Delegacia Geral de Cruzeiro do Sul. Ele foi liberado logo depois de ser ouvido pelo delegado Rafael Távora e não precisou pagar fiança.
O motorista disse ao delegado que não prestou socorro à vítima nem ficou no lugar por medo já que muitas pessoas se aproximavam do local. Ele afirmou que não conseguiu desviar do menino.
Adriano Katukina pede justiça também com relação ao condutor. “Vão continuar matando índio e ninguém vai preso?”, questiona.