A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (8) uma operação contra uma organização criminosa que aliciava trabalhadores do Nordeste para trabalharem na construção civil em Rondônia e Mato Grosso. No entanto, quando chegavam aos locais do suposto emprego, os trabalhadores eram colocados em condição análoga a de escravo.
A operação policial é chamada de Capataz e, segundo a PF, a investigação contra o grupo começou após um dos trabalhadores fugir às pressas do local onde era mantido pelos empregadores, que residem em Jaru (RO).
Segundo foi descoberto pela polícia, esses trabalhadores trazidos do nordeste eram submetidos ao trabalho por meses consecutivos sem qualquer tipo de remuneração.
Além disso, os empregados dormiam no chão e nem recebiam alimentação diária de forma adequada. Os documentos pessoais dos funcionários também eram confiscados pelos empregadores.
Após o funcionário escapar do local e denunciar o trabalho análogo ao escravo, a Justiça Federal de Juína (MT) ordenou o cumprimento de mandados judiciais contra os empregadores, que são suspeitos de integrarem uma associação criminosa.
Segundo a PF, os empregadores retinham a documentação da pessoas contratadas em Jaru e alegavam como justificativa a necessidade de comprar passagens de retorno das vítimas para suas cidades de origem.
A investigação do caso está sendo conduzida pela delegacia da PF em Ji-Paraná (RO).
Capataz
O nome da operação da PF faz referência ao termo utilizado para indicar o chefe de um grupo de trabalhadores, especialmente daqueles que realizam trabalhos braçais como na construção civil.