Enquanto as autoridades de saúde estão preocupadas com uma quarta onda de contágio da Covid-19, após as festas de final de ano e com a possibilidade do carnaval pouco tempo depois, surge outro problema mais atual: os negacionistas (pessoas que não acreditam no coronavírus e muito menos na vacina) e os que não tomaram a segunda ou terceira dose do imunizante.
Em Rondônia, os casos voltam a crescer junto com as mortes. Na segunda-feira (22), 138 casos e 11 mortes. Na terça (23), um salto: 459 doentes e seis mortos.
Com as mortes da segunda-feira, o Governo do Estado emitiu um alerta: das 11 pessoas mortas, sete não haviam tomado nenhuma dose de vacina contra a doença. As vítimas tinham entre 18 e 67 anos.
A Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) também confirmou que entre as outras quatro vítimas, apenas duas haviam tomado a 2ª dose do imunizante.
“Duas chegaram a tomar a 2ª dose do imunizante dentro do prazo estipulado, sendo que uma vítima tinha 60 anos, mas era imunossuprimida (baixa imunidade) e a outra vítima, um idoso de 85 anos, não chegou a tomar a dose de reforço. As duas outras vítimas que tomaram somente uma dose do imunizante são: uma idosa de 84 anos e outra de 51 anos, que pelo calendário já deveriam estar tomando a 3ª dose da vacina”, destacou a Agevisa.
Fiscalização
A partir desta semana, o Tribunal de Contas do Estado (TCE), Ministério Público de Contas (MPC) e o Ministério Público Estadual (MPE) vão fiscalizar medidas adotadas pelo Governo do Estado em razão do número crescente de casos e internações pela Covid em Rondônia.
O aumento na incidência dos casos e de internações, principalmente entre não vacinados, e a preocupação quanto à flexibilização das medidas sanitárias foram temas de uma reunião na terça-feira (23), na sede do TCE, envolvendo representantes da Administração Estadual e de órgãos de controle.
O crescimento de casos da Covid-19 nos últimos dois meses foi destacado durante o encontro. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), houve aumento de 300% no índice de doentes, passando de 650 casos ativos no Estado – no ponto mais baixo – para os atuais 2.433 casos.
Ainda de acordo o órgão de saúde, também houve, embora não na mesma proporção, o aumento do número de internações. E o cenário, ainda segundo os gestores, só não é pior, em razão da chamada “imunidade ativa”, ou seja, aquela causada pela vacinação em massa das pessoas.
Conforme explicado, com duas doses tem-se considerável imunidade contra as variantes do novo coronavírus, entre as quais, a Delta.
Outro dado importante: 60% dos casos de internações são de pessoas que não se vacinaram ou não completaram o ciclo vacinal.
Chamado
O diretor-geral geral da Agevisa, Gilvander Gregório de Lima, esteve em Ariquemes numa ação de conscientização com equipes das Vigilâncias Epidemiológica e Ambiental e a Secretaria Municipal de Saúde para aumentar a cobertura vacinal no município.
Gregório fez um apelo novamente para que a população procure um posto de vacinação e se proteja.
“Temos que frear a circulação desse vírus. Pensar em nossas crianças que não podem ser vacinadas e na hipótese de que se continuar circulando, esse vírus pode ter mutação e gerar outra variante e não queremos isso. Por isso encarecidamente pedimos à população de nosso estado: tome a 2ª dose e quem já tiver quatro meses que tomou a 2ª dose, tome a dose de reforço”.