É dramática a luta das pessoas que enfrentam a Covid-19, inconscientes, na solidão e na frieza da única UTI do Cone Sul de Rondônia, que funciona no Hospital Regional de Vilhena.
Embora não tenham sido disponibilizados números exatos, a grande maioria dos que são intubados não sobrevive ao procedimento. O que, por sua vez, expõe uma verdade dolorosa: sempre que vaga um leito, não é porque o paciente se recuperou.
A triste estatística de mortes após as intubações foi explicada didaticamente pelo médico Eduardo Moreira Scholer, que em entrevista ao site, admitiu o quanto é sofrido o processo ao qual muitas vezes é preciso submeter homens e mulheres cujos pulmões passam a funcionar precariamente (CONFIRA AQUI).
Os números desta sexta-feira, 29, ainda não foram divulgados oficialmente, mas o FOLHA DO SUL ON LINE teve acesso a uma prévia da ocupação dos leitos da UTI (onde ficam os pacientes em estado mais grave) e da enfermaria, onde são mantidos os doentes que não precisam de ventilação mecânica.
Segudo o relatório parcial, a UTI está com 16 de seus 20 leitos ocupados, enquanto a enfermaria está com taxa de ocupação de 54,17 %. Chama a atenção a quantidade de pacientes entre os 11 intubados neste momento, conforme listagem abaixo. Só de Corumbiara são quatro, todos na UTI, mas apenas um deles intubado.
De acordo com os dados preliminares obtidos pela FOLHA, os pacientes que estão na UTI têm idade entre 40 e 85 anos. São 13 homens e três mulheres internados na “UTI Covid”. Em relação aos pacientes intubados, nove são do sexo masculino e dois do sexo feminino. As mulheres intubadas têm 40 e 80 anos. Já entre os homens intubados tem dois com 50 anos, 55, 62, dois com 65, 80, 84 e 85 anos.
Dos 16 pacientes na UTI, dez são de Vilhena e seis de outros municípios e um de Mato Grosso. São quatro pacientes de Corumbiara, um de Cerejeiras e um de Rondonópolis-MT. Dos 11 intubados, oito são vilhenenses; um paciente de Corumbiara, outro de Cerejeiras e um de Rondonópolis também estão intubados.
Os números da covid-19 em janeiro têm preocupado autoridades e a população. Já são 45 mortes e 2.232 casos confirmados até ontem. A estimativa de novos casos para hoje, segundo dados preliminares, é que o número de novas confirmações de contágios no intervalo e 24 horas fique próximo dos 150 casos.
