Equipes de resgate conseguiram salvar, até esta terça-feira (26), 60 das 14,6 mil ovelhas que estavam em um navio que tombou no mar no domingo (24), informou a agência de notícias oficial da Romênia, a Agerpress.
Segundo a agência romena, a operação de resgate continua. “Os animais são removidos do navio e transportados à costa, de onde são levados por veterinários e avaliados em tendas aquecidas”, informou.
A embarcação “Queen Hind” saiu da costa romena pelo porto de Midia e ia para a Arábia Saudita.
A Agerpress não informou se alguma causa para o tombamento já havia sido esclarecida.
Críticas
Ativistas criticam as embarcações de transporte de ovelha, que chamam de “navios da morte”. Eles denunciam, por exemplo, os riscos que as temperaturas quentes do verão podem trazer para as ovelhas.
Na segunda-feira (25), a ONG Animals International publicou um comunicado em que afirma que “essa tragédia poderia ter sido evitada se procedimentos para esse tipo de situações de emergência existissem, e, também, se a Romênia exportasse carne em vez de animais vivos”.
De acordo com o diretor da ONG, Gabriel Paun, a organização suspeita que “excesso de carga no navio e má distribuição de peso levaram à inclinação decisiva do navio e, finalmente, à emborcação”, afirmou.
A organização afirma que o “Queen Hind” esteve envolvido em um incidente em dezembro do ano passado, no Mar de Mármara, no qual o motor quebrou e a embarcação ficou à deriva por vários dias. Depois disso, o navio teria feito vários transportes com animais vivos da Romênia para a Jordânia, Arábia Saudita, Dubai, nos Emirados Árabes, e Catar.
A Romênia é o terceiro maior criador de ovinos da União Europeia – depois do Reino Unido e da Espanha – um dos principais exportadores, principalmente para os mercados do Oriente Médio.
Em julho, Vytenis Andriukaitis, então comissário europeu encarregado da saúde e segurança alimentar, exigiu que Bucareste suspendesse o transporte de 70 mil ovelhas para os países do Golfo Persa, citando motivos de bem-estar animal.