A retomada da apuração das eleições na Bolívia está prevista esta terça-feira (22), dia que começou em calma após os incidentes da noite passada devido às suspeitas de uma tentativa de fraude.
A contagem oficial está paralisada em 74,57%, com 42,3% dos votos para o atual presidente, Evo Morales, e 41,72 para o opositor Carlos Mesa.
Essas porcentagens não alcançam 50% nem 40% com dez pontos percentuais de diferença sobre o segundo colocado, marcas necessárias para a proclamação de um vencedor ainda no primeiro turno. Caso a situação prossiga, os dois mais votados disputarão o segundo turno, previsivelmente em dezembro.
Na noite passada, a repentina divulgação por parte do Tribunal Supremo Eleitoral de uma contagem provisória paralela, extra-oficial, que dava a Morales a vitória já no primeiro turno – embora no domingo tivesse sido interrompida quando tudo indicava um segundo turno com Mesa – gerou protestos com distúrbios pelo país.
A missão de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) classificou como “inexplicável” a mudança de tendência e advertiu que o fato “gera perda de confiança no processo eleitoral”.
A embaixada dos Estados Unidos na Bolívia pediu ao tribunal eleitoral que “atue imediatamente para restaurar a credibilidade no processo de contagem de votos” e alertou os cidadãos americanos a se precaverem diante de episódios de violência.
O presidente da Bolívia, Evo Morales, convocou nesta terça-feira embaixadores e observadores de organizações internacionais na sede do governo, em La Paz.
As empresas estatais de fornecimento de combustíveis e alimentos garantem que a situação é de normalidade no país, após uma noite de longas filas em postos de gasolina e supermercados. As sedes regionais do tribunal eleitoral sofreram ataques em vários departamentos do país.