Os problemas vividos por servidores, pensionistas e seus dependentes que buscam os serviços disponibilizados pelo Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Município de Porto Velho – IPAM entrou em novo patamar: o de vida ou morte.
Ao menos é assim que as irmãs Marisa e Rafaela Castiel de Carvalho definiram a situação que os pacientes que recebem tratamento de câncer no Hospital São Pelegrino estão após a decisão da unidade hospitalar em cancelar os
atendimentos disponibilizados através do IPAM.
Drama
Elas são filhas da professora Marisa Castiel, uma das mais importantes educadoras do ensino fundamental no município de Porto Velho, que atualmente sofre dessa triste doença e precisa do amparo que em tese deveria ser concedido pelo IPAM.
Marisa e Rafaela são netas de Marise Castiel, uma das professoras mais conhecidas de Rondônia e que durante décadas contribuiu na criação de escolas em nosso estado e na formação educacional de várias gerações.
Na tarde desta terça-feira (3) elas procuram a reportagem após sentirem-se desamparadas e sem saber a quem recorrer, já que a necessidade de resolução do problema é urgente
“Nós fomos informadas pela direção do Hospital São Pelegrino que o atendimento seria suspenso. Procuramos o IPAM e um servidor ainda afirmou que deveríamos buscar o SUS, já que o pagamento da nossa mãe era pequeno e não cobria os gastos com seu tratamento. Minha mãe faz quimioterapia de quinze em quinze dias e a próxima está suspensa”, afirmou Marisa Castiel em tom de preocupação.
A divida
De acordo com a direção do Hospital São Pelegrino, em informativo disponibilizado aos pacientes do IPAM, o
cancelamento dos atendimentos se deu em decorrência do não pagamento dos serviços prestados pela instituição
desde o ano passado.
A dívida do IPAM com o Hospital São Pelegrino já está em R$ 1.874.396,12(Hum milhão, oitocentos de setenta e quatro mil, trezentos e noventa e seis e doze centavos) e não houve nenhum indicativo de pagamento por parte da
municipalidade. Atualmente são 37 pacientes que realizam quimioterapia no Hospital São Pelegrino, através do IPAM.
Com os atendimentos suspensos, o sentimento é de medo.
Audiência Pública
Na última semana, o presidente do IPAM, Ivan Furtado de Oliveira, falou durante Audiência Pública sobre a atual
condição financeira do instituto que, de acordo com ele, não vem conseguindo cobrir seus gastos.
Para Ivan Furtado, o desconto em folha de muitos servidores não é suficiente sequer para pagar o início de tratamentos caros como quimioterapia, cirurgias cardíacas, entre outros procedimentos que precisam de atendimentos diferenciados.
Enquanto isso os pacientes do hospital São Pelegrino esperam uma resposta sem saber se terão o amparo de seus entes empregadores nesse momento tão doloroso. Vale ressaltar que situações como essa raramente foram vistas em outras gestões da Prefeitura de Porto Velho