Documentário mostra como o FBI tentou arruinar a luta de Martin Luther King

Morra como herói ou viva o bastante para se tornar o vilão. Não é assim para os negros. Martin Luther ...

Por Notícias ao Minuto

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Morra como herói ou viva o bastante para se tornar o vilão. Não é assim para os negros. Martin Luther King, assassinado em 4 de abril de 1968, aos 39 anos, não era a personificação do sonho americano -ele era só o porta-voz do sonho de liberdade. E, como qualquer mensageiro, um humano falho e cheio de defeitos.

 

O documentário “MLK/FBI”, exibido agora no É Tudo Verdade, revela não só esses momentos de fraqueza da vida de King, mas também como eles foram usados pelo governo americano para tentar parar o homem mais temido nos Estados Unidos nos anos 1960.

 

De fiel temente a Deus a um homem dado a infidelidades conjugais, King surge no documentário baseado no livro “The FBI and Martin Luther King, Jr.: From ‘Solo’ to Memphis”, de 1981, do historiador David Garrow, além dos 2.800 relatórios secretos sobre a morte do presidente John Kennedy, liberados pelo presidente Donald Trump em 2017.

 

A vinculação de arquivos sobre King à morte de Kennedy é a porta de entrada para entender como o reverendo era o inimigo número um americano. Tudo guiado pelas acusações racistas do diretor do FBI, J. Edgar Hoover, que dizia que King era um comunista a ser “abatido”.

 

O diretor Samuel D. Pollard, conhecido pelos seus trabalhos com Spike Lee, consegue ser delicado e objetivo, mesmo quando temas como a infidelidade de King aparecem nos documentos, até porque não se sabe se os áudios gravados nas escutas plantadas pelo governo dos hotéis e lugares onde King se hospedava eram totalmente autênticos.

 

Martin Luther King na Marcha sobre Washington, em 28 de agosto de 1963 AFP Homem negro acena em cima de palanque para milhares de pessoas na rua ** Ao mesmo tempo que mostra como o tentavam incriminar como um pecador e hipócrita, o documentário escancara como o departamento de investigação federal, a mando inicialmente de John Kennedy, retratava o ativista internamente como um comunista e inimigo dos Estados Unidos.

 

Um dos pontos altos foram os registros de que Hoover enviava para sua família gravações de supostas traições de King, acompanhados de cartas sugerindo que ele se matasse.

 

Durante séculos, o negro americano era posto como algo a se temer. Isso é bem retratado no documentário, quando filmes e anúncios publicitários da época mostravam atores brancos com blackface interpretando não só bandidos, mas principalmente criminosos sexuais.

Fonte: Notícias ao Minuto

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