O reajuste na conta de energia elétrica, feito em Rondônia desde janeiro, pode prejudicar o nível do crescimento econômico de Rondônia e causar a demissão de 5 mil trabalhadores, segundo estimativa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia (Fecomércio-RO).
Em um comunicado, a Fecomércio afirmou que está vendo com preocupação o reajuste de 24,75% para residências e de 27,12% para o consumidor que usa alta tensão.
Desde o começo do reajuste, a federação diz ter recebido reclamações de comerciantes que alegam uma cobrança superior aos 27% na tarifa elétrica. “A questão principal, que faz com que a Fecomércio considere o tema importante, são os impactos sobre a vida econômica do estado”, afirma a entidade.
Segundo a Fecomércio, a elevação dos custos de energia para micros e pequenas empresas pode causar desemprego de mais de 5 mil pessoas. Essas demissões podem impedir a “melhoria do nível da atividade econômica que era esperado pelo comércio”.
A Federação do Comércio também reitera que o reajuste na energia “pode criar uma expectativa ruim aos negócios”.
Segundo a Energisa, que comprou a Ceron em 2018, a cobrança da tarifa é em cumprimento à decisão do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF1) “apenas nesta fatura está contabilizado o consumo referente ao período em que a liminar esteve em vigor”.
Ao todo, o estado tem 641 mil unidades consumidoras de energia.
Protestos
Na sexta-feira (15), consumidores fizeram um protesto em frente da sede da Eletrobras Rondônia (Ceron) em Porto Velho, na Avenida Sete de Setembro. O trânsito chegou a ser fechado e os manifestantes pediram a derrubada da cobrança do reajuste na energia.
Um protesto contra a Ceron/Energisa também foi feito em Nova Mamoré.
Neste mês de fevereiro, uma família contou ao G1 que a conta de energia subiu 31%. Isso porque o Kwh antes do reajuste estava cotado a R$ 0,64 e passou para R$ 0,84. No entanto, ao levar em conta esses valores o aumento é de 31,25%, contrapondo aos 24,75% prometidos.
Como foi definido o reajuste?
Segundo divulgou a Energisa, o aumento é resultado do gasto com a geração de energia e com o pagamento de dívidas acumuladas com a compra de energia nos últimos dois anos.
Depois de anunciar o reajuste no fim do ano, a Justiça Estadual e Federal em Rondônia barraram a cobrança da Energisa ao consumidor, mas a empresa conseguiu obter uma liminar favorável da 1ª Vara Federal (TRF-1) e, desde meados de janeiro, o reajuste passou a vir na conta do consumidor do estado.
Clientes da baixa tensão (residencial e comercial), a correção é de 24,75%. Já os de alta tensão, 27,12%. O aumento da tarifa foi autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).